O país subaproveita um mercado potencial de US$ 150 bilhões em produtos amazônicos no cenário internacional.
De acordo com Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o Brasil ainda não capitaliza plenamente a oportunidade de exportar produtos típicos da Amazônia, como a castanha e o açaí. “O potencial é enorme”, afirma. Ainda assim, dos aproximadamente US$ 334 bilhões exportados pelo país no último ano, apenas US$ 28 bilhões vieram do Norte, com US$ 21 bilhões oriundos do Pará. Em comparação, isso representa apenas uma fração do potencial global de US$ 150 bilhões em comércio de mercadorias de uso florestal sustentável.
Jorge Viana comenta sobre a disparidade: “A castanha do Brasil, por exemplo, tem mercado o ano inteiro com as barras de cereais. No entanto, nossas exportações são mínimas, sobretudo por falta de políticas específicas para fomentar sua comercialização”.
Comparação internacional revela lacunas
Ao colocar as cifras em perspectiva global, a Bolívia aparece exportando cerca de US$ 150 milhões em castanhas, enquanto o Brasil não ultrapassa 10% desse valor. Analogamente, enquanto a Costa do Marfim exporta 2,2 milhões de toneladas de cacau, o Brasil se limita a aproximadamente 300 mil toneladas.
“Na Amazônia, exportamos US$ 100 milhões em pimenta do reino. Em contraste, o Vietnã exporta US$ 700 milhões”, destaca Viana, relembrando sua trajetória como engenheiro florestal e governador do Acre.
Diálogos Amazônicos: uma plataforma para mudanças
Antecipando a Cúpula da Amazônia, o evento Diálogos Amazônicos em Belém, Pará, serve como palco para debater tópicos cruciais como mudanças climáticas, sustentabilidade e desenvolvimento econômico e social da Amazônia.
Jorge Viana vê isso como uma oportunidade única para o Brasil. Ele expressa sua esperança de que o evento catalise mudanças positivas, promovendo não apenas a exportação de matéria-prima, mas também de produtos com valor agregado.
Uma visão para o futuro das exportações
Apontando o papel vital da ApexBrasil, Viana ressalta a necessidade de dar suporte aos pequenos empresários e cooperativas. “A preocupação do governo é transformar a região em um exportador de produtos com valor agregado, não apenas de matéria-prima”, enfatiza.
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Em parceria com entidades como o Sebrae, a visão é clara: empoderar empreendedores locais, abrindo portas para a exportação e, assim, impulsionar uma significativa mudança econômica na Amazônia.
Com informações da Agência Brasil
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