No Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, 16 de março, compartilhamos um estudo realizado pelo Projeto Drawdown, em 2020, com ações que podem ser colocadas em colocar em prática neste momento para frear as mudanças climáticas.
O Projeto Drawdown nasceu com o objetivo de encontrar e apontar caminhos para que possamos chegar a um futuro onde as emissões de gases do efeito estufa parem de subir e comecem a cair – este momento é o ‘drawdown’ ou ‘meta para baixo’ em português. A organização reúne informações para que esta mudança, cada vez mais urgente, possa acontecer de maneira rápida, segura e da forma mais equalitária possível.
No Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, 16 de março, compartilhamos um estudo realizado pelo Projeto Drawdown, em 2020, com ações que podem ser colocadas em colocar em prática neste momento para frear as mudanças climáticas.
Segundo os cientistas, “atingir este ponto de virada é fundamental para a vida no planeta, e precisamos chegar neste momento rapidamente, com segurança e de forma homogênea”, diz o relatório. O estudo reúne 76 soluções relativamente simples e o custo de colocá-las em prática é menor do que o custo de não adotar nenhuma medida.
O documento The Drawdown Review é uma análise das possibilidades disponíveis para combater a crise climática, com base em trabalhos científicos e pesquisas realizadas em todo o mundo, em vários setores, de finanças à climatologia. Com eventos climáticos extremos cada vez mais frequente, precisamos assumir que a mudança no clima já é uma realidade e que precisamos responder em uma velocidade muito maior.
Agora é a hora!
“Estamos indo por um caminho extremamente perigoso”, alerta o estudo “É fácil ficar paralisado pelo perigo, mas ainda é possível sair desta inércia e mudar nosso destino”.
Ações e resultados
O Projeto Drawdown estima que com as 76 soluções apontadas pelo relatório a economia gerada poderia chegar a US$ 144 trilhões graças aos danos climáticos evitados e aos custos com tratamentos de saúde recorrentes deste cenário.
Os cientistas dividiram as soluções em energia; desperdício de alimento, agricultura e recuperação de solos; indústria; construções eficientes; e transporte.
Para isso existem três pontos chave: reduzir as fontes de emissão de gases de efeito estufa, proteger e aumentar os ecossistemas que filtram estes gases e fazer isso sem prejudicar o desenvolvimento social.
Nossa energia
Para atingir estas metas seria necessário mudar a maneira como produzimos eletricidade – 30% das soluções apresentadas estão relacionadas com eficiência energética e outros 30% com meios de substituir os combustíveis fósseis na produção desta energia.
O relatório do Projeto Drawdown aponta também ações “individuais” como a troca para lâmpadas de LED e uso de baterias como soluções imediatas para aumentar a eficiência energética.
Preservar ecossistemas
O relatório ainda aponta para a importância de preservar e aumentar os sistemas naturais que filtram o carbono: preservar os ecossistemas e a biodiversidade e mudar os meios de produção agrícolas. Infelizmente, líderes políticos e indústrias em vários países não adoram as medidas necessárias para que ecossistemas que absorvem carbono parem de ser destruídos.
Reconhecendo o fato de que o compromisso político em diminuir as mudanças climáticas está longe do ideal, a solução apresentada inclui também a pressão popular para mudar este cenário com um breve relato de como é possível fortalecer o engajamento das pessoas na questão ambiental.
Segundo os pesquisadores, uma das grandes possibilidades para se conter as mudanças climáticas é normalmente esquecida. Esta solução inclui a redução do desperdício de comida no mundo e o empoderamento feminino por meio do acesso à educação, serviços de saúde e igualdade de oportunidades.
“Os resultados destes estudos mostram que é muito importante que estas soluções sejam implementadas simultaneamente”, explica Chad Frischmann, vice-presidente do Projeto Drawdown. “O impacto destas tecnologias e práticas são parte de um Sistema interligado de ações. E a implementação integral deste Sistema garante uma solução real para a crise climática”.
Combustível para a mudança?
O relatório não defende uma mudança radical na sociedade de consumo ou na diminuição do crescimento econômico, mas mostra que o dinheiro pode ser um combustível para a mudança. Os cientistas apontam para o fortalecimento da economia circular e colocam o fator econômico como parte da solução.
Com alguns pontos polêmicos, como a questão do uso de energia nuclear e a manutenção do sistema econômico, o estudo é uma fonte de informações muito interessante para pessoas, comunidades e empresas que estejam prontas para assumir um compromisso com as mudanças necessárias, apesar dos grandes desafios.
Combater as mudanças climáticas é um grande e importante desafio. Saber que temos a possibilidade real de fazer a nossa parte é um convite a um trabalho verdadeiramente relevante para o mundo e para nós mesmos.
Liderando o caminho
“Empresários podem liderar esta mudança. Não precisam ficar esperando que políticos e governos assumam este papel. As empresas podem ajudar muito ao desenvolver normas e regulamentações e estar um passo a frente no desenvolvimento”, reforça Foley. “Empresários inteligentes não vão ser obrigados a fazer parte de um futuro sustentável, eles vão criar este futuro”.
Se um número significativo de pessoas assumirem o desafio de combater as mudanças climáticas, com soluções que estão ao nosso alcance, existe uma chance de que possamos mudar positivamente nosso futuro.
Para conhecer e avaliar todas as soluções apresentadas pelo Projeto Drawdown, acesse o relatório em inglês neste link: The Drawdown Review
Fonte: CicloVivo
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