O enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, deixou o Brasil na última 3ª feira (28/2) ressaltando o compromisso do governo de Joe Biden com o financiamento para projetos de meio ambiente no país. A principal promessa é um aporte ao Fundo Amazônia, de valor ainda indefinido, mas que deve depender de liberação do Congresso norte-americano.
Para a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), a sinalização do apoio norte-americano é importante para fortalecer o Fundo Amazônia e facilitar novos financiamentos de outras fontes internacionais. “Quando o presidente Biden falou que vai colaborar, ele vai colaborar.
E obviamente que se tratando de um país com a importância econômica e estratégica que tem os EUA, a colaboração não é só de natureza financeira, mas também política”, disse Marina, citada pelo Jornal Nacional (TV Globo).
A passagem de John Kerry por Brasília foi marcada por conversas com ministros e representantes do Congresso Nacional e da sociedade civil.
De acordo com o Estadão, o ex-secretário de Estado norte-americano prometeu retornar ao país nos próximos meses, para fazer uma visita in loco ao território amazônico.
Kerry também conversou com jornalistas brasileiros. Ao Valor, o representante norte-americano ressaltou que a Casa Branca pretende mobilizar o setor privado para ajudar os esforços de descarbonização e proteção ambiental no Brasil. “Quando os EUA falam de dinheiro não é só sobre dinheiro público, que vem do Congresso e é fundamental, mas também sobre mobilizar empresas, países e a filantropia”, disse.
A disposição do novo governo brasileiro para dialogar com os EUA sobre clima também foi destacada por Kerry à GloboNews. “A abertura que eles [governo Lula] mostraram nos últimos dias, o compromisso que botaram na mesa é sério, [bem como] a ministra [Marina] Silva tem uma longa trajetória de luta pelo clima e as pessoas em volta dela, os outros ministros. Eu fiquei muito impressionado com as reuniões que tive aqui”.
Para a BBC Brasil, Kerry ressaltou os obstáculos políticos para que a Casa Branca consiga aprovar valores maiores para ajuda internacional no Congresso norte-americano, já que a Câmara é controlada pela oposição republicana.
Ele também comentou sobre a comparação entre o financiamento climático e o apoio financeiro vultoso dado pelos EUA e Europa ao governo ucraniano na guerra contra a Rússia. “Precisamos responder muito mais rápido. Precisamos colocar maiores somas de dinheiro na crise climática, assim como colocamos dinheiro na crise da Ucrânia”, afirmou.
Texto publicado originalmente em CLIMA INFO
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