Imagens divulgadas pelo Exército brasileiro evidenciaram melhora da saúde ambiental em rio da Amazônia localizado em terra indígena Yanomami
Imagens aéreas divulgadas pelo Exército Brasileiro evidenciam as transformações na coloração das águas do rio Uraricoera, localizado na Terra Indígena Yanomami, ao longo dos últimos cinco meses. Essa mudança ocorreu em decorrência das ações de combate ao garimpo ilegal que tiveram início na região. Na última terça-feira, as Forças Armadas, o Ibama, a Funai e a Polícia Rodoviária Federal promoveram uma coletiva de imprensa para apresentar os avanços alcançados na região.
As fotografias do Rio Uraricoera, tiradas em janeiro e junho deste ano, demonstram a situação anterior e atual do rio, que sofria com a exploração mineral dos garimpos Ouromil, Brabinho, Barão e Waikas. Durante a coletiva, o brigadeiro André Gustavo Fernandes Peçanha destacou a diferença na qualidade da água:
Quando nós temos a atuação do garimpo, observamos a turbidez da água, e uma foto recente mostra como hoje está. Lógico que a questão do mercúrio vai demorar um pouco mais. Mas vemos diferença em um prazo de cinco meses
— disse o brigadeiro Peçanha, ao apresentar as fotos.
Próximas ações envolvem diagnóstico e recuperação ambiental
Segundo o Ibama, no segundo semestre deste ano, o órgão iniciará ações para diagnosticar os níveis de contaminação por mercúrio nas águas da região. Um trabalho de recuperação ambiental já foi iniciado e será intensificado nos próximos meses, quando as condições meteorológicas forem mais favoráveis.
“Devido às fortes chuvas, estamos enfrentando dificuldades para realizar voos na Terra Indígena. Neste momento, priorizamos as ações de combate aos garimpeiros que insistem em permanecer na área”
explicou Diego Bueno, representante do Ibama, durante a coletiva.
Bueno também acrescentou que a recuperação das áreas afetadas pelos garimpos, com crateras de 20 a 30 metros de profundidade e 3 hectares de tamanho nas margens do rio, é um desafio. No entanto, acredita-se que, com o tempo, a natureza poderá se regenerar.
As ações de combate ao garimpo ilegal causaram um prejuízo estimado em R$ 30,9 milhões, de acordo com cálculos das Forças Armadas e do Governo Federal. Durante as operações, balsas, aeronaves e embarcações foram destruídas, e foram realizadas apreensões de armas de fogo, munição e mercúrio.
Resultados e próximos passos
As operações de combate ao garimpo ilegal foram iniciadas em 30 de janeiro deste ano. Desde então, as autoridades relatam a destruição de 19 garimpos. O general Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves expressou otimismo em relação aos resultados alcançados até o momento:
“Mais de 90% das atividades de garimpo já foram eliminadas. Isso é perceptível pela redução dos voos clandestinos realizados pelos garimpeiros. Agora, nosso objetivo é reduzir ainda mais a presença ilegal e manter os avanços conquistados, garantindo a proteção das terras indígenas contra crimes ambientais e delitos transfronteiriços”
afirmou o general Neves.
O combate ao garimpo ilegal no rio Uraricoera tem mostrado avanços significativos na recuperação ambiental da região. As imagens aéreas divulgadas pelo Exército Brasileiro comprovam a melhoria na coloração das águas, refletindo a redução da turbidez causada pela atividade ilegal. O Ibama já planeja realizar um diagnóstico dos níveis de contaminação por mercúrio e intensificar as ações de recuperação ambiental nos próximos meses. Apesar dos prejuízos causados pelo garimpo, as autoridades estão otimistas com os resultados alcançados até o momento e pretendem continuar combatendo essa prática ilegal, visando preservar as terras indígenas e combater crimes ambientais e transfronteiriços.
Com informações d’O Globo
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