De acordo com Rubens Valente na Agência Pública, um grupo de garimpeiros atirou contra fiscais do IBAMA e policiais rodoviários federais durante uma ação dentro do território no último dia 28
A retirada da maior parte dos garimpeiros invasores da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, ainda não trouxe segurança plena para as aldeias e os agentes governamentais que atuam na região.
De acordo com Rubens Valente na Agência Pública, um grupo de garimpeiros atirou contra fiscais do IBAMA e policiais rodoviários federais durante uma ação dentro do território no último dia 28. Não houve feridos, mas uma bala atingiu um dos helicópteros do IBAMA envolvidos na operação.
Este é pelo menos o segundo episódio do tipo desde que o governo federal iniciou o processo de retirada dos garimpeiros da Terra Yanomami, no começo de fevereiro. Mais uma vez, os agentes alertaram que “a falta de controle do espaço aéreo e a livre atuação de aeronaves clandestinas dentro da Terra Yanomami estão comprometendo a efetividade e aumentando os riscos das ações realizadas”. O g1 também repercutiu essa notícia.
Teoricamente, o espaço aéreo sobre a Terra Yanomami está sob controle da Força Aérea Brasileira, que estabeleceu corredores aéreos para facilitar a saída voluntária de garimpeiros. No entanto, existem indícios de que garimpeiros que insistem em permanecer no território estão usando esse subterfúgio para manter as atividades, mesmo com a presença das forças governamentais.
Enquanto isso, a Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes (AYRCA) se posicionou contrária à possibilidade de uma visita dos integrantes da comissão temporária do Senado que acompanha a crise humanitária no território Yanomami.
Segundo informou o Correio Braziliense, a entidade entende que o grupo parlamentar não representa os interesses da população indígena, já que boa parte (para não dizer a maioria) de seus integrantes é defensora do garimpo.
Já no Amazonas, uma ação da Força Nacional de Segurança Pública e do ICMBio resultou na prisão de cinco pessoas que atuavam no garimpo ilegal dentro da Floresta Nacional do Urupadi, no sul do estado. Entre os detidos, estão dois militares, de acordo com o Jornal Nacional (TV Globo).
Outra ação, essa encabeçada pelo Exército e IBAMA, resultou na destruição de cinco balsas utilizadas para o garimpo no Vale do Javari. As embarcações foram encontradas no rio Jandiatuba e no igarapé Boa Vista. Cada balsa estava avaliada em cerca de R$ 600 mil, com estrutura para extrair cerca de 2,5 kg de ouro por mês, montante que vale mais de R$ 800 mil. O g1 deu mais informações.
Em tempo: A Repórter Brasil e a NBC News destacaram um esquema de contrabando de ouro extraído ilegalmente da Amazônia brasileira que envolveria uma empresa nos Estados Unidos. A Polícia Federal chegou a apreender um carregamento de 35 kg de ouro no começo de 2020 no aeroporto de Manaus, que estava sendo transportado por dois empresários norte-americanos.
Eles justificaram que o material seria decorrente do reprocessamento de ouro de joias; no entanto, uma análise demonstrou que o ouro tinha características de um metal recém-saído do garimpo. A suspeita é de que o metal tenha sido retirado de territórios indígenas no sudoeste do Pará, como as Terras Munduruku, Sawré-Muybu (Pimental) e Sai-Cinza. A Folhatambém divulgou a reportagem.
Texto publicado em CLIMA INFO
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