Flávio Dino – Com 14 mortos em cerca de dez dias – resultado do acirramento dos conflitos entre indígenas, garimpeiros e forças de segurança –, o governo federal deu a partida em uma nova fase da operação para desintrusão da Terra Yanomami na quarta (10/5). O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou a chegada de um novo comando na TI para expulsar garimpeiros e criminosos.
“Nós definimos, em reunião na Casa Civil, que haverá uma última fase da operação de desintrusão no território Yanomami, em que haverá um comando presencial, local, para ajudar o comando que lá já existe. Teremos reforço de contingente, tanto da Força Nacional, quanto das Forças Armadas, das instituições policiais”, disse o ministro.
A equipe foi fortalecida com dois delegados da Polícia Federal, um general do Exército e um brigadeiro da Aeronáutica, além de representantes de ministérios, detalhou Dino. Anteriormente, o Ministério da Justiça havia informado que o governo já enviou 475 militares e policiais para reforçar a segurança na região.
O grupo reforçado vai executar o que o ministro mencionou como “última fase” da retirada de invasores do território. Essa etapa, segundo Flávio Dino, envolve criminosos mais perigosos, relata o g1.
“Foram feitas janelas de saída, a imensa maioria saiu, mas alguns ficaram exatamente porque estão armados. E aí, infelizmente, nós temos momentos em que o poder coercitivo do Estado é necessário. Queremos sempre o caminho conciliatório mas, quando necessário usar a força, a PRF, a PF, a Força Nacional, as Forças Armadas têm não só a necessidade como a imprescindibilidade de usar a força, e é isso que tem acontecido.”
O ministro também se disse contrário à reabertura do espaço aéreo da TI Yanomami, informa o g1. Em 6 de abril, a Força Aérea fechou os corredores aéreos que mantinha em operação no território. Os corredores foram mantidos para facilitar a saída voluntária de garimpeiros.
A nova fase da desintrusão da TI Yanomami foi noticiada também por Metrópoles, Congresso em Foco, Diário de Pernambuco, Correio Braziliense e Folha de Boa Vista.
Em tempo: Crescem as ameaças ao Povo Mura, em Autazes, no Amazonas, que vem resistindo às pressões pela exploração de potássio em seu território – ainda não demarcado –, pleiteada pela mineradora canadense Potássio do Brasil. “Falaram para o meu vice-tuxaua que vão dar um tiro na minha cara. Tem noite que eu nem durmo”, disse o tuxaua (cacique) Sérgio Freitas do Nascimento Mura. A discussão em torno da exploração do mineral, contam lideranças Mura, deflagrou conflitos de não indígenas contra as aldeias, onde vivem cerca de 300 famílias, detalha a Folha.
Texto publicado em CLIMA INFO
Comentários