Em um marco histórico, o Equador se tornou o primeiro país a decidir por plebiscito banir a exploração de petróleo em uma região ecologicamente delicada, o Parque Nacional de Yasuní.
Por vontade do povo
Em meio a uma campanha presidencial turbulenta no domingo (20/8), quase 60% dos equatorianos votaram contra a exploração de petróleo no coração da Floresta Amazônica, uma das zonas de maior biodiversidade mundial.
Nemonte Nenquimo, líder indígena Waorani e premiada ativista ambiental, celebrou a decisão. “É um dia histórico!”, afirmou, salientando a importância da decisão para o povo Waorani.
Economia e meio ambiente
Embora o petróleo seja um pilar econômico no Equador, a população optou por proteger a biodiversidade e os povos indígenas residentes em Yasuní. A região, lar de povos como os Tagaeri e Taromenani, ostenta uma rica diversidade de aves, anfíbios e répteis.
O Observatório do Clima ressaltou que esta é uma vitória significativa da sociedade civil, fruto de uma década de esforços legais pelo coletivo Yasunidos e pelo povo Waorani.
A partir de 4 de outubro, o governo equatoriano tem um prazo de um ano para encerrar todas as atividades de extração de petróleo em Yasuní. Adicionalmente, o estabelecimento de novos contratos petrolíferos estará proibido.
Esta decisão é uma resposta a ações anteriores, como a extração de petróleo iniciada em 2016 pela estatal Petroecuador, autorizada pelo então presidente Rafael Correa, desconsiderando o status de reserva da biosfera concedido pela UNESCO em 1989.
Além da votação em Yasuní, os cidadãos de Quito optaram por bloquear a mineração de ouro no Chocó Andino, uma zona ecológica sensível próxima à capital.
Reflexões internacionais
O presidente colombiano, Gustavo Petro, embora seja um defensor do fim da exploração de petróleo na Amazônia, enfrenta desafios para concretizar esse plano em sua nação.
A crise climática está repercutindo globalmente. A ilha havaiana de Maui, recentemente devastada por incêndios que resultaram em mais de 100 vítimas, moveu uma ação contra gigantes do setor petrolífero, acusando-as de ignorar os perigos do aquecimento global. O recente incêndio, associado às mudanças climáticas, deu novo impulso ao processo.
Este marco no Equador destaca o poder da ação coletiva e da voz do povo na defesa de nosso planeta.
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