Nesta segunda feira (9) foram feitos três requerimentos para uma nova CPI no Congresso; parlamentares levantam que “Não haverá tolerância com terrorismo”.
A selvageria registrada no domingo (8) em Brasília (DF) nos prédios principais dos Três Poderes gerou diferentes pedidos de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional nesta segunda-feira (9). Políticos de diferentes partidos e tendências concordam com a ideia de que as invasões e o vandalismo dos terroristas pró-Bolsonaro precisam ser apuradas pelos parlamentares.
A senadora Soraya Tronicke (União-MS) – que tem tendência conservadora, elegeu-se em 2018 em associação com a figura do então candidato Jair Bolsonaro (hoje no PL) e depois rompeu com o agora ex-presidente – apresentou um requerimento de CPI com 31 assinaturas de parlamentares, quatro a mais do que o mínimo exigido para esse tipo de documento. Além do partido de Soraya, a lista conta com senadores das siglas PT, PSDB, MDB, PDT, PP, PSD, PDT, Cidadania, Podemos e Rede.
No pedido, a senadora cita uma série de elementos que apontavam para a capacidade de previsibilidade por parte da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) em relação ao ocorrido no domingo. Entre outras coisas, a parlamentar menciona os fartos registros feitos pela imprensa da existência de um acampamento de teor golpista que estava instalado em frente ao Quartel General (QG) do Exército de Brasília havia mais de dois meses.
Também cita matéria do portal Poder360 que, no sábado (7), mostrou “dezenas de pessoas desembarcando de ônibus interestaduais perfilados no Eixo Monumental, perto de um dos acessos ao QG, com barracas e grande quantidade de mantimentos”, o que indicava a chegada e a instalação de um maior contingente de extremistas.
“Em razão da gravidade dos fatos, sobretudo sob a ótica da violação ao Estado Democrático de Direito, tais ilícitos não podem passar ilesos ao controle do Poder Legislativo, pelo que peço o apoio dos senadores para a instalação urgente de uma CPI”, argumenta Tronicke no documento. O pedido precisa ainda ser despachado pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Não haverá tolerância com terrorismo. Não terá tolerância contra terrorismo nas urnas, aqui no parlamento. Quem não agiu para condenar atos como esses que aconteceram ontem se aliou ao fascismo. Quem se acumpliciar com o fascismo acredite: esteja onde estiver, participe onde participar, compunha a instituição que compuser, irá responder pela cumplicidade com o fascismo e com o terror”, disse à imprensa o líder do governo Lula no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos signatários do pedido.
As CPIs têm o poder de ouvir indiciados, convocar testemunhas, determinar diligências, solicitar informações e documentos a órgãos e entidades da administração pública, autorizar quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico, entre outras atribuições.
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