Em participação da Cúpula sobre o Novo Pacto de Financiamento Global, o presidente brasileiro destacou a necessidade de maior mobilização global pelo meio ambiente e se comprometeu com diversas pautas além do combate as mudanças climáticas
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da Cúpula Sobre o Novo Pacto de Financiamento Global, realizada em Paris, França, enfocando a importância do meio ambiente e da questão climática. Em seu discurso, Lula abordou não apenas as medidas necessárias para enfrentar as mudanças climáticas, mas também a necessidade de reformulação das principais organizações internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Lula ressaltou a importância de mudar as instituições existentes para que a questão climática seja levada a sério. Ele afirmou: “Se nós não mudarmos essas instituições, a questão climática vira uma brincadeira”. O presidente destacou que órgãos como o Conselho de Segurança da ONU e o FMI deveriam recuperar sua influência para liderar ações globais contra as mudanças climáticas.
Governança mundial e cumprimento de acordos climáticos
O ex-presidente questionou quem é responsável por cumprir as decisões tomadas em fóruns internacionais sobre o clima, como o Protocolo de Quioto, a COP-15 em Copenhague e o Acordo de Paris. Ele apontou a falta de uma governança mundial com poder de decisão como um obstáculo para o cumprimento desses acordos. Segundo Lula, a falta de força dessas instituições compromete a eficácia das medidas de combate às mudanças climáticas.
Lula defendeu a necessidade de reformular os organismos internacionais de forma a garantir a representatividade entre países ricos e pobres. Ele argumentou que esses fóruns não podem ser privilégio apenas de uma elite política, mas sim devem incluir os diferentes e os desiguais. Lula enfatizou: “Nós temos que chamar os desiguais, os diferentes, para que a gente possa atender a pluralidade dos problemas que o mundo tem.”
Desigualdade social e questão climática
O presidente relacionou diretamente a desigualdade social com a eficácia das medidas de combate às mudanças climáticas. Lula ressaltou que não é suficiente abordar apenas a questão ambiental, mas também é necessário priorizar a desigualdade mundial. Ele afirmou: “Não é possível que numa reunião entre presidentes de países importantes, a palavra desigualdade não apareça”. Lula alertou para o fato de que sem lidar com a desigualdade, as consequências da fome continuarão afetando muitos países do mundo, independentemente das melhorias climáticas.
Compromisso com o desmatamento zero e proteção dos biomas brasileiros
Lula reiterou seu compromisso com o objetivo de alcançar o desmatamento zero na Amazônia até 2030 e destacou a importância de proteger outros biomas brasileiros, como o Cerrado, a Caatinga, o Pantanal e a Mata Atlântica. Ele enfatizou a necessidade de recuperação das terras degradadas, que representam uma área considerável no Brasil, evitando assim a necessidade de desmatar para atividades agropecuárias.
Cúpula de Financiamento Global e a conta das mudanças climáticas
A Cúpula de Financiamento Global foi convocada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, com o objetivo de discutir novas formas de financiamento climático global e definir quem deve arcar com os custos das mudanças climáticas. O encontro contou com a participação de mais de 300 entidades, incluindo mais de 100 chefes de Estado, entre eles o presidente Lula.
Lula ressaltou a importância de abordar a questão climática em conjunto com a reformulação das instituições globais e a redução da desigualdade social. Ele destacou a necessidade de uma governança mundial mais forte e representativa, capaz de liderar ações concretas contra as mudanças climáticas. O discurso do ex-presidente brasileiro na Cúpula de Financiamento Global contribui para o debate sobre medidas eficazes e justas para enfrentar os desafios ambientais globais.
Com informações d’O Eco
Comentários