Um estudo desenvolvido por pesquisadores dos estados do Amazonas e de São Paulo, sobre Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), resultou na elaboração de um vinho tinto produzido a partir de extratos de mapati, fruta conhecida como uva-da–Amazônia.
Pesquisa cientifica Mapati
A pesquisa, fomentada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), analisa, ainda, as propriedades antioxidantes e anti-diabéticas da fruta.
Sob a coordenação do doutor em Fitotecnia-Horticultura, Valdely Ferreira Kinupp, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam); e da doutora em Ciências de Alimentos Gláucia Maria Pastore, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os mapatis usados no estudo foram coletados em Manaus e nos municípios de São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga.
Segundo Kinupp, pesquisas sobre as PANC frutíferas da Amazônia podem permitir elevados impactos e variados desdobramentos ambientais e econômicos, que vão desde a contribuição para conservação da natureza até estimular a produção de diferentes alimentos não conhecidos e consumidos pela maioria da população.
“Selecionamos essas plantas com potencial para o preparo de bebidas alcoólicas e não alcoólicas, fermentadas, vinhos, cervejas, chás, hidroméis, eventualmente geleias ou outros produtos. E, assim, fazer a caracterização química de espécies das PANC da Amazônia”, explicou.
O estudo envolveu um processo de coleta e processamento da fruta e desenvolveu uma técnica para expelir o caroço do mapati. A pesquisa investiga ainda o potencial do buxixus, outra PANC amazônica, como matéria-prima na preparação de vinhos.
Profissionais
Também participam do estudo pesquisadores do Ifam Campus Zona Leste e Centro de Manaus, além de profissionais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Iniciada no segundo semestre de 2021, a previsão atual é que a pesquisa seja concluída em 2023.
Fapeam/Fapesp
Intitulada “Caracterização química de compostos bioativos de plantas alimentícias não convencionais (PANC) para o desenvolvimento de produtos com apelo funcional”, o projeto recebe apoio Programa Fapesp-Fapeam, por meio da Chamada Pública Nº 001/2020.
O Programa estimula a colaboração entre pesquisadores dos estados do Amazonas e de São Paulo, em projetos que contribuam para o avanço do conhecimento científico e tecnológico
O Programa apoia propostas que visem a formação e o fortalecimento de redes de pesquisa colaborativa entre os dois estados, nas seguintes temáticas: Meio Ambiente, Amazonas e suas fronteiras, e Desenvolvimento e Economia.
Texto publicado originalmente em Segundo a Segundo
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