Análise inédita do IPAM para o InfoAmazonia e PlenaMata, com base nos dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), mostra como a destruição da Amazônia nos últimos 5 anos cresce a partir do sul do Amazonas. Antes um dos mais preservados, o estado superou líderes históricos em desmatamento e se tornou o segundo que mais eliminou a floresta em 2021.
O descontrole sobre o uso do território fez explodir a grilagem e outros crimes vinculados à expansão desenfreada da agropecuária especialmente em uma região da floresta onde os estados do Amazonas, Acre e Rondônia se encontram. Essa região, batizada de Amacro (união das iniciais dos três estados AM, AC, RO), recebeu apoio oficial do governo Bolsonaro e se tornou um novo epicentro da destruição ambiental.
A maior parte do desmatamento se concentra em florestas públicas não destinadas, áreas privadas e assentamentos da reforma agrária.
Criado nos anos 1980 em Apuí (AM), o assentamento do Rio Juma, até hoje não consolidado, é o mais desmatado da Amazônia. Assim como outros projetos regionais, fracassou pelo desmonte programado de políticas de apoio aos pequenos produtores e de proteção ambiental, invasão de grileiros, garimpeiros, madeireiros e outros criminosos.“
É preciso resolver urgentemente a falta de governança sobre terras públicas na Amazônia antes que mais desmatamento, invasões e outros crimes sejam consolidados e politicamente tolerados. Não é só ausência de controle, é uma autorização para que tudo siga como está”, afirma Afonso Chagas, do Departamento de Ciências Sociais na Universidade Federal de Rondônia.
Análise dos dados: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), a partir dos dados brutos do Prodes/INPE
Reportagem: Aldem Bourscheit
Edição: Sílvia Lisboa e Juliana Mori
Design StoryMap: Carolina Passos
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