É um tempo perdido no mundo dos negócios, essa contensão de iniciativas empresariais prejudicando a produção industrial, em que o setor privado espera a definição do governo para planejar sua própria atuação.
Por Antônio Silva
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As variáveis econômicas sobre a indústria nacional, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmaram a queda na produção de 0,4% no mês de junho em relação a maio, interrompendo quatro meses de altas consecutivas. Em relação a junho de 2021, o desempenho caiu 0,5% e na comparação do primeiro semestre deste ano com o mesmo período do ano passado, o recuo foi de 2,2%. Essas variáveis demonstram que a inflação alta, a taxa de juros elevada, o crédito mais restrito e mais caro, bem como a diminuição da renda familiar, impactaram fortemente no desempenho econômico brasileiro.
A indústria amazonense também foi afetada por esses fatores, além da persistente e grave escassez e alto custo de aquisição dos insumos nacionais e externos. Conforme relatório da pesquisa Indicadores Industriais, realizada pela parceria CNI/FIEAM (Confederação Nacional da Indústria/Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), a amostra de médias e grandes empresas do Estado do Amazonas revelou também um recuo de 20,9% no faturamento de junho deste ano em relação ao mês anterior.
A queda é maior (-35,8%), quando se compara o faturamento em junho de 2021 com o mesmo mês deste ano; entre os primeiros semestres, a baixa foi de 2%. Esses dados comprovam as dificuldades enfrentadas pela indústria local ainda mais se a isso somarmos os constantes ataques que sofre o projeto Zona Franca de Manaus (ZFM) e os percalços que certamente ainda serão sentidos durante este ano eleitoral, quando os investimentos e geração de empregos sofrem drástica redução, na expectativa de que, ao fim das eleições, o vencedor do pleito defina as bases e as linhas de ação de sua política econômica.
Caminhos da produção industrial
É um tempo perdido no mundo dos negócios, essa contensão de iniciativas empresariais, em que o setor privado espera a definição do governo para planejar sua própria atuação. Mesmo assim, somos otimistas quanto à resiliência do nosso empresariado e do povo em geral, acreditando que mais uma vez haveremos de superar esses óbices e alcançar um desempenho satisfatório na indústria local e nacional, bem como na trajetória positiva da economia brasileira.
Por isso o setor industrial brasileiro, por meio da CNI elaborou o Mapa Estratégico da Indústria 2023-2033, documento que aponta os caminhos e metas a serem atingidas até o final da próxima década, apostando num modelo que envolva prioritariamente o desenvolvimento sustentável e a inovação tecnológica para crescer competitivamente na produção industrial.
Esperamos que essa visão de longo prazo, tão necessária para a elaboração de políticas públicas, seja considerada pelos governantes e parlamentares que democraticamente serão eleitos no próximo pleito, a fim de que a indústria e a economia brasileira sejam efetivamente fortalecidas na sua competitividade. Aproveito e parabenizo o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), pelos 43 anos completados no dia 10 do corrente mês, período ininterrupto de luta pelo desenvolvimento industrial amazonense.
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