Astronautas chineses da estação de Tiangong estão cultivando plantas no espaço — e elas são uma graça. A Academia Chinesa de Ciências anunciou na segunda-feira (29) que os brotinhos de agrião mostraram suas primeiras folhas. Já as sementes de arroz atingiram cerca de 30 centímetros de altura.
As sementes chegaram na estação a bordo do módulo Wentian, lançado em 24 de julho. Dias depois, astronautas da missão Shenzhou 14 começaram a plantação para ver como as mudas se comportam fora da atmosfera.
“Esperamos que este experimento seja o 1º no mundo a alcançar o cultivo de arroz sob microgravidade no espaço”, disse Zheng Huiqiong, pesquisadora da Academia. Os astronautas devem colher as plantas no final de setembro.
Zhen e sua equipe estudam como as mudanças na gravidade afetam o crescimento das plantas há mais de 20 anos. Os pesquisadores integraram um experimento anterior, em que cientistas chineses colheram sementes de agrião cultivados no espaço.
Desafios da salada espacial
Como se deve imaginar, o principal obstáculo é o ambiental. As plantas precisam ficar protegidas das condições de vácuo e radiação cósmica do espaço. Além disso, o lugar para crescerem é limitado, assim como o suprimento de energia para o cultivo na estação espacial.
Com menos espaço, as plantas sofrem de atraso no florescimento e redução da qualidade das sementes, por exemplo. Uma consequência deve ser que as “culturas espaciais” tornem-se espécies capazes de crescer rapidamente e consumir o mínimo de energia possível.
“Por enquanto, só algumas culturas, como trigo, colza e ervilhas, desenvolveram sementes com sucesso nos experimentos”, relatou Zheng.
No caso do agrião, os pesquisadores identificaram que longos períodos de luz não aceleravam a formação de flores sob microgravidade – ao contrário do que acontece com as sementes de agrião na Terra, que dependem da luz solar para aflorar.
Agora, a pesquisa pode levar a soluções para os desafios do cultivo de plantas no espaço. Esse é um objetivo crucial para as ambições da China, que tem planos de ampliar sua exploração espacial.
Originalmente publicado em: GIZMODO Brasil
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