Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim começam no dia 4 de fevereiro, e esta será a primeira edição a contar apenas com neve artificial, informa a Sports Illustrated. O recurso já é uma realidade comum nos jogos de inverno, com as mudanças climáticas reduzindo a disponibilidade global de neve natural confiável para práticas esportivas.
BBC, Bloomberg, The Times, The Independent e Japan Times fazem uma cobertura crítica, abordando o estresse hídrico na região dos jogos, onde pequenas comunidades agrícolas estão sob risco de seca. As matérias também destacam o relatório da Universidade Loughborough publicado na quarta (26/1) alertando para impactos ambientais e até para o risco de morte de atletas por causa da neve artificial. O estudo ouviu dos principais esquiadores, snowboarders e bobsledders preocupações sobre o derretimento precoce da neve artificial e sua pouca capacidade de amortecer quedas.
A neve fabricada também chama atenção para as emissões de carbono do evento, destaca a Bloomberg. A promessa dos chineses era entregar um evento neutro em carbono, com uma vila olímpica abastecida apenas por energia livre de carbono, adição de milhares de painéis solares, turbinas eólicas, centenas de quilômetros de novas linhas de transmissão e até o uso da maior bateria do mundo. É verdade que a China conseguiu a proeza de deixar o céu de Pequim azul para as Olimpíadas de 2008, mas há razões para duvidar da capacidade do país cumprir a nova meta olímpica. Ainda mais após o presidente Xi Jinping ter dito que a transição ecológica na China não pode interferir na vida cotidiana do país, um desafio para o maior poluidor global da atualidade.
The Guardian, Bloomberg, Reuters, South China Morning Post destacam a fala de Xi Jinping, enquanto a agência estatal chinesa Xinhua classifica as preocupações com os jogos como boatos da imprensa ocidental. A Reuters também informa que a operação para deixar o ar da capital chinesa limpo como em 2008 já está em andamento.
Fonte: ClimaInfo
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