O tamanho do rombo causado pela crise hídrica de 2021 foi informado na semana passada pela secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Pereira, ao participar de evento do Credit Suisse: R$ 28 bilhões. O cálculo considera o custo de medidas emergenciais, apagões e racionamentos compulsórios do consumo à população, informa o Valor.
Marisete também falou dos déficits gerados pela crise hídrica, que ainda estão sendo “carregados” pelas distribuidoras. Para aliviar a carga, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) indicou que a operação de crédito de socorro ao setor poderá chegar a R$ 10,8 bilhões.
O colegiado aprovou, em reunião extraordinária, a consulta pública, com o prazo de dez dias, para discutir as bases da negociação do empréstimo com os bancos. Mas não será uma operação financeira estritamente técnica: em uma manobra eleitoreira para evitar uma alta maior da energia em 2022, ano eleitoral, o governo jogou a conta desse empréstimo para 2023, para o colo do novo governo. Os consumidores pagarão pelo rombo na forma de um novo encargo que incidirá na conta de luz. A notícia é do Valor.
A crise hídrica também levou o governo a editar no ano passado uma Medida Provisória autorizando as distribuidoras a pagar em dezembro as contribuições devidas em agosto, setembro e outubro passado. O objetivo era amenizar os impactos nos caixas das distribuidoras, que tiveram que comprar a energia gerada por termelétricas, mais cara.
Prorrogada em novembro, essa MP precisa ser apreciada novamente pelo Congresso para não perder validade. Isso deveria ter ocorrido na última sexta (4/2), mas o Congresso encerrou a sessão sem votar a proposta. Agora, tem até esta quinta (10). O Valor traz mais detalhes.
E como sempre acontece quando o setor elétrico brasileiro espirra, alguém lembra da energia nuclear. Em matéria no Valor, representantes do segmento defendem seu quinhão, especulando sobre uma nova usina no Brasil. Obviamente, todos os entrevistados ignoram a tendência global de impulso das renováveis. Vale mais a pena conferir este artigo na Folha, onde José Dias, empreendedor social da Ashoka, descreve políticas públicas que poderiam ser implementadas para favorecer o uso mais racional da água.
Em tempo: O WWF-Brasil lançou o hotsite Jornada da Energia Sustentável para apresentar a matriz energética brasileira. Tendo por base os dados da ANEEL, do Ministério de Minas e Energia e da Empresa de Pesquisa Energética, o site mapeia os estados com maior geração de energia. Também aponta vantagens e desvantagens de cada fonte, e discute suas emissões de gases de efeito estufa.
Fonte: ClimaInfo
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