“Para o futuro da Amazônia, tão importante quanto a infraestrutura competitiva, é a qualificação dos recursos humanos e suas bases de inovação tecnológica e robustez científica. Qualificar nossos jovens é a melhor forma da Amazônia ajudar o Brasil a superar este marca-passo que não avança. E a garantia das atividades que permitem manter a floresta protegida”
Por Nelson Azevedo
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Debater as questões da Amazônia – recheadas de opiniões e carentes de encaminhamentos – exige, sobretudo, disposição de esclarecer e compartilhar propósitos. O tempo urge e as demandas são críticas. Em momento de priorização da Democracia, como mecanismo que assegura sua representatividade e legitimidade, essa exigência é crucial e determinante. Eis porque resguardar o clima de acolhimento às opiniões divergentes e respeito à liberdade de expressão construtiva se revestem de relevância sagrada. Afinal, o que está em jogo é o interesse público e, no debate do desenvolvimento da Amazônia, a inadiável redução das desigualdades regionais.
Momentos de decisão
Começaram nesta segunda-feira os debates sobre o futuro da Amazônia e de nosso estado do ponto de vista da sustentabilidade e diversificação da economia predominante que é o Polo Industrial de Manaus. Portanto, 25 e 26 de julho, neste bicentenário da Independência, ficarão na história de nossa luta em favor da Amazônia e dos Amazônidas. Certamente, este movimento de adesão ao projeto “Cenários BRASIL 2040”, que reúne os planejadores públicos e a Universidade Católica de Brasília, no âmbito da Suframa – autarquia que gerencia o programa Zona Franca de Manaus – permitirá, neste momento de decisões , a saudável e promissora troca de sugestões e respectivas conversações para desenhar a antecipação da utopia que todos pretendemos.
Postos de trabalho
Olhando os indicadores socioeconômicos e ambientais regionais, diríamos que a geração formal e transparente de emprego é o cenário desejável por todos os atores envolvidos na iniciativa. Postos de trabalho que produzem Nota Fiscal asseguram a interiorização do desenvolvimento e é o caminho urgente e o cenário prioritário que precisamos garantir. E, de quebra, sugerir expectativas do cidadão aos candidatos que pretendem representar a sociedade a partir de 2023. Prudência e vigilância são preciosidades desta hora. Afinal, colocar o interesse público e as demandas regionais nos exigem deixar em segundo plano as vaidades, interesses e colorações partidárias.
Debates, encaminhamentos e atitudes pelo futuro da Amazônia
Temos insistido em algumas medidas que possam avançar os debates na direção dos encaminhamentos e atitudes. Uma delas é o atendimento aos preceitos fundamentais da Constituição do Brasil quando autoriza compensações fiscais para geração de riqueza, leia-se emprego, renda tributos. Ora, se o estado do Amazonas está entre os cinco maiores contribuintes da Receita Federal e temos na Amazônia Ocidental – beneficiada por essas compensações fiscais e co-responsável por essas contribuições – mais da metade dos municípios com os piores IDHs do país, alguma coisa está fora de lugar e das metas socioeconômicas pretendidas.
Infraestrutura e qualificação
E aplicar tais recursos na região significa prover a infraestrutura competitiva de comunicação, energia e logística de transportes, precárias e caras para a região. Reparar este equívoco é começar a construir nossa independência das compensações fiscais. Tão importante quanto a infraestrutura competitiva, é a qualificação dos recursos humanos e suas bases de inovação tecnológica e robustez científica. Qualificar nossos jovens é a melhor forma da Amazônia ajudar o Brasil a superar este marca-passo que não avança. E a garantia das atividades que permitem manter a floresta protegida.
A comunhão parlamentar
Outra insistência à qual voltaremos com frequência singular é a disseminação da necessidade da união, sobretudo entre nossos parlamentares e demais representantes do poder público executivo. Uma composição que já existe para as questões administrativas da Suframa. Aqui estamos extrapolando para a gestão da Amazônia, suas demandas de tecnólogos, e a expansão de polos tecnológicos. Quando sublinhamos a formação de tecnólogos estamos falando de geração de emprego mais qualificado e da necessidade de professores com formação em nível acadêmico avançado. Sentindo-se partes desse movimento maior de transformação, os professores terão motivação extra para sair do academicismo estéril, que põe pesquisas nos escaninhos, para inaugurar a equação que reúne conhecimento, inovação, sustentabilidade e mercado. Por isso, com certeza, é de fundamental importância a disposição de esclarecer e compartilhar propósitos na materialização conjunta dos Cenários e Utopias que podemos antecipar.
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