As duas fontes renováveis de energia bateram recorde no ano passado – apesar do aumento da procura por carvão.
Um novo recorde no setor de energia renovável foi batido. Segundo a organização Ember, 10% de toda eletricidade gerada em 2021 foi oriunda da energia eólica e da energia solar.
O relatório “Revisão Global de Eletricidade”, produzido pela think tank Ember, aponta que todas as formas de energia “limpa”, ou seja, livres de combustíveis fósseis, representaram um total de 38% da eletricidade mundial gerada em 2021. Isso inclui energia eólica, solar, hidrelétrica, nuclear e biocombustíveis.
O carvão, por sua vez, foi responsável por 36% da eletricidade mundial. Não maior que a soma de energia limpa, mas ainda um desafio para a transição energética.
O relatório analisou dados de geração de eletricidade de 75 países, que representam 93% da demanda global de energia. Ao menos 50 países já ultrapassaram o marco de 10% de energia a partir de fontes eólicas e solares. Três países – Holanda, Austrália e Vietnã – transferiram mais de 8% de sua demanda total de eletricidade de combustíveis fósseis para eólica e solar apenas nos últimos dois anos.
O documento lembra que em 2015, quando o Acordo Climático de Paris foi assinado, a energia eólica e solar geraram apenas 4,6% da eletricidade global. Só em 2021, a geração solar aumentou 23% e a eólica 14%.
“Eólica e solar chegaram. O processo que irá remodelar o sistema energético já começou. Nesta década, eles precisam ser implantados na velocidade da luz para reverter o aumento das emissões globais e combater as mudanças climáticas”, afirma Dave Jones, líder global da Ember.
Ameaça do carvão
Apesar do aumento notório das fontes de energia renovável, a energia a carvão aumentou 9,0% em 2021: recorde histórico e 2% acima do recorde anterior estabelecido em 2018. Para se ter ideia, foi o maior aumento percentual registrado desde pelo menos 1985, levando a geração de carvão a 36% do consumo global de eletricidade.
Novos recordes de carvão foram alcançados em toda a Ásia em 2021, onde a demanda por eletricidade cresceu. A subida do uso de carvão também se deu frente ao aumento do preço do gás.
“O ano passado assistiu a preços do gás realmente super altos, enquanto o carvão ficava mais barato que o gás”, observou Dave Jones.
Os maiores aumentos no gás em 2021 ocorreram na Rússia, Turquia e Brasil para compensar as deficiências na produção hidrelétrica devido à pouca chuva. Em tais países, a energia hidrelétrica teve uma queda de 2% na produção.
Além da energia hidrelétrica, o Brasil também foi destaque no relatório por estar entre os quatro países do mundo a dobrar a geração de energia eólica entre 2015 e 2021. O país também é um dos maiores geradores de bioenergia – ficando atrás apenas da China, Alemanha e EUA.
Confira o relatório completo, em inglês.
Fonte: CicloVivo
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