Os dados publicados pela Suframa neste 7 de outubro, sobre a performance do Polo Industrial de Manaus, de janeiro a julho deste ano, revelam um cenário paradoxal. Do ponto de vista das empresas, os dados são muito eloquentes a respeito da Zona Franca de Manaus, onde a indústria segue robusta, gerando empregos e oportunidades.
Do ponto de vista das iniciativas federais, o que se viu foram manifestações expressas, entretanto, foram decreto na direção da desindustrialização de nossa economia. Foram cancelados os PPBs de 358 produtos, que atingiram um percentual discreto, porém significativo, das indústrias aqui instaladas, retirando-lhes a compensação fiscal. Assim elas passam a pagar imposto na contramão dos contratos firmados com a União Federal, que previam compensação fiscal.
A Suframa merece aplauso por sua iniciativa de mostrar exemplos emblemáticos dos acertos e dos avanços deste programa Zona Franca de Manaus, criado há 55 anos para ajudar a reduzir as desigualdades regionais entre o norte e o sul do Brasil e ocupar a Amazônia, assegurando a soberania nacional sobre este território cobiçado pelo olhar estrangeiro e ameaçado pela economia do desmatamento e da exploração ilegal de recursos naturais.
A despeito dos tais decretos do Ministério da Economia, que provocaram, mais uma vez, os estragos inerentes à insegurança jurídica, o Polo Industrial de Manaus faturou R$ 96,66 bilhões nos sete primeiros meses de 2022, o que indica aumento de 9,97% na comparação com igual intervalo do ano passado (R$ 87,9 bilhões). Em dólar, o faturamento também alcançou crescimento, este de 16,86%.
Comentário de Alfredo Lopes
O Polo Industrial de Manaus (PIM) faturou R$ 96,66 bilhões entre janeiro e julho de 2022, o que indica aumento de 9,97% na comparação com igual intervalo do ano passado (R$ 87,9 bilhões). Em dólar, o faturamento também alcançou crescimento, este de 16,86%, na comparação entre os sete primeiros meses de 2022 (US$ 19.28 bilhões) com o mesmo período de 2021 (US$ 16.5 bilhões).
Entre janeiro e julho, o PIM registrou exportações de US$ 321.66 milhões, o que equivale a um crescimento de 28,21% quando comparado ao montante de US$ 250.88 milhões exportado pelo Polo em igual intervalo do ano passado.
No mês de julho, o Polo Industrial de Manaus empregou 108.769 trabalhadores, entre efetivos, temporários e terceirizados, o que indica aumento de 1% ante o mês imediatamente anterior, junho, que registrou 107.690 trabalhadores, e de 3% em relação a julho de 2021 (105.591 trabalhadores). A média mensal de empregos do PIM em 2022, levando-se em consideração os sete primeiros meses, é de 107.500 trabalhadores, o que representa crescimento de 3,38% na comparação com a média de igual período do ano passado (103.984 trabalhadores).
Segmentos e produtos
Bens de Informática do Polo Eletroeletrônico, com faturamento de R$ 30,85 bilhões e crescimento de 28,16% nos sete primeiros meses do ano, foi o segmento do PIM com maior destaque no período. Outros segmentos que também tiveram destaque incluem o Polo de Duas Rodas, com faturamento de R$ 14,09 bilhões e crescimento de 29,15%; Termoplástico, com faturamento de R$ 8,81 bilhões e crescimento de 8,89%; Químico, com faturamento de R$ 8,37 bilhões e crescimento de 14,21%; e Isqueiros, Canetas e Barbeadores Descartáveis, com faturamento de R$ 1,5 bilhão e crescimento de 10,6%.
Entre os produtos com maior volume de faturamento fabricados pelo PIM, os principais destaques no período foram telefones celulares, com 9.179.420 unidades produzidas e aumento de 16,84% na comparação com igual período de 2021, e motocicletas, motonetas e ciclomotos, com 784.558 unidades produzidas e aumento de 15,17%.
Outros produtos com linhas aquecidas nos sete primeiros meses de 2022 incluíram unidades evaporadoras para split system, com 204.297 unidades produzidas e aumento de 122,74%; unidades condensadoras para split system, com 118.352 unidades produzidas e aumento de 97,81%; tablets, com 1.246.544 unidades produzidas e aumento de 10,97%; e monitores com tela de LCD (uso em informática), com 2.124.625 unidades produzidas e aumento de 154,26%.
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Texto Diego Queiroz SUFRAMA
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