Uma premissa, porém, precisa ser destacada: devemos priorizar os adeptos da comunhão, pois corremos o risco de desintegrar o Brasil a se manter a ideologia do “nós contra eles”.
Por Nelson Azevedo
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O Brasil se prepara para votar. E temos orgulho de ser uma Democracia com um sistema eleitoral aplaudido pelo mundo afora. E já estamos vivendo o clima das convenções e das disputas eleitorais. O momento é sagrado, de muita reflexão e de decisão em favor de nossa região e de nosso país. E, embora não sejamos uma república parlamentarista, é no Parlamento que as principais decisões tem sido tomadas com relação à Amazônia e ao país.
Daí a importância de uma escolha serena e atenta naquilo que consideramos importante priorizar. Entidades dos diversos setores deverão debater e escolher as principais expectativas de seu setor, como já fez a CNI, Confederação Nacional da Indústria, com um documento denso e abrangente, disponível no portal da entidade.
Motivos para integrar
E por que nos voltarmos a priorizar o interesse do Amazonas diretamente conectado à Amazônia, que representa 63% do território nacional mas sem a correspondência dimensional em termos de colégio eleitoral? Por vários motivos. Um deles, é porque todas as demais regiões tem uma bancada interpartidários com agenda comum. Somente os estados da Amazônia não conseguiram até hoje organizar sua representação parlamentar em bloco, embora tenhamos demandas e gargalos comuns. Uma premissa, porém, precisa ser destacada: devemos priorizar os adeptos da comunhão, pois corremos o risco de desintegrar o Brasil a se manter a ideologia do “nós contra eles”.
A união é nossa força
Há alguns anos, por iniciativa do lendário empreendedor Eliezer Baptista, foi organizado um projeto denominado Norte Competitivo, visando fazer um levantamento detalhado das dificuldades de infraestrutura – nosso maior gargalo e um inventário de sugestões e prioridades para empinar a economia e o desenvolvimento regional.
O Amazonas assinou como membro ativo do projeto que, no final das contas, beneficiou tão somente o Programa Arco Norte, do vizinho estado do Pará, escolhido pelo governo federal para se constituir a saída de exportação do agronegócio, especialmente, os grãos para desobstruir a estrutura logística e portuária do Sudeste e Sul do Brasil. De tudo isso, restou ainda uma preciosa lição. A união é nossa força. Ajudamos a economia do nosso histórico parceiro e afora é hora de expandir objetivos.
Mazelas de infraestrutura
Mas não é só de logística que vive nossas mazelas de infraestrutura. É preciso rever a inserção do Amazonas e Roraima no operador nacional do sistema de eletricidade. Nós ficamos com mais ônus do que bônus. Temos 30% do estado considerado região isolada, ou seja, sem conexões para participar desta conexão muito menos sem soluções para atender as dificuldades destas comunidades.
Estes são alguns exemplos que incluem ainda os gargalos de comunicação. Sem negligenciar, porém, que nossa bandeira começa pela Amazônia e que nosso partido no Amazonas se chama Zona Franca de Manaus.
Aplicar na região a riqueza nela gerada
Por essas e tantas outras, precisamos integrar nossa região na luta parlamentar por nossa gente. Afinal, temos mais da metade dos 50 municípios com os mais baixos IDHs do Brasil, apesar dos avanços do Pará, Rondônia, Mato Grosso e Amazonas. E, no caso do Amazonas, somos um dos 5 estados que mais recolhem recursos aos cofres da União, ou seja, ajudamos a pagar as contas do Brasil.
Por que não reivindicar, como bloco parlamentar, que estes recursos sejam aplicados na Amazônia de acordo com as presencias de cada estado e com prioridades para a infraestrutura de transportes dos mais desguarnecidos deste essencial fator de competitividade? Há muitos outros motivos para unir a Amazônia parlamentar. Vamos voltar a esse tese de cumplicidade construtiva regional. Que tal?
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