Brasil destaca-se como o principal empregador no setor de biocombustíveis, segundo novo relatório da IRENA, país também assumiu a 6ª posição em energia solar.
O emprego global no setor de energias renováveis atingiu 12,7 milhões de postos de trabalho em 2021, um aumento de 700 mil novos empregos em um ano. O Brasil tem destaque especial no setor de biocombustíveis. Os dados constam no novo relatório da IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável) em colaboração com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Apresentada durante o Fórum de Ação Global sobre Energia Limpa, realizado em Pittsburgh, nos Estados Unidos. A publicação intitulada em inglês Renewable Energy and Jobs: Annual Review 2022 identifica o tamanho do mercado nacional como um fator importante que influencia a criação de empregos no setor de energias renováveis, juntamente com mão de obra e outros custos. A energia solar é o setor que mais cresce. Em 2021, fornecerá 4,3 milhões de empregos, mais de um terço da atual força de trabalho global em energias renováveis.
Com a crescente preocupação com as mudanças climáticas, a recuperação da COVID-19 e a interrupção das cadeias de suprimentos, os países estão cada vez mais interessados em localizar as cadeias de suprimentos e criar empregos no nível nacional.
O relatório descreve como mercados domésticos fortes são chave para sustentar o avanço da industrialização de energia limpa. O desenvolvimento de capacidades de exportação para tecnologias renováveis também é um fator, acrescenta o estudo.
“Promover uma cadeia de valor nacional, não apenas criará oportunidades de negócios e novos empregos para as pessoas e comunidades locais, mas também reforçará a confiabilidade da cadeia de suprimentos e contribuirá para uma maior segurança energética em geral”, afirma Francesco La Camera, diretor-geral da IRENA.
O relatório mostra que um número crescente de países está criando empregos no setor de energias renováveis. Quase dois terços de todos esses empregos estão na Ásia. A China sozinha responde por 42% do total mundial, seguida pela União Europeia e pelo Brasil, com 10% cada, e pelos Estados Unidos e pela Índia, com 7% cada.
“Além dos números, cada vez mais atenção está sendo dada à qualidade dos empregos e às condições de trabalho no setor de energias renováveis para garantir empregos decentes e produtivos”, salienta Guy Ryder, diretor-geral da OIT. Ele lembrou da importância de incluir mulheres neste processo. “A crescente proporção de emprego feminino sugere que políticas e formação específicas podem melhorar significativamente a participação das mulheres em ocupações do setor de energias renováveis”.
Destaques do relatório
O relatório destaca alguns avanços regionais e nacionais notáveis.
- A China é o principal fabricante e instalador de painéis solares fotovoltaicos e está criando um número crescente de empregos no setor eólico marinho (offshore).
- A Índia adicionou mais de 10 gigawatts de energia solar fotovoltaica, gerando muitos postos de trabalho de instalação, mas continua fortemente dependente de painéis importados.
- A Europa agora responde por cerca de 40% da produção global de energia eólica e é o exportador mais importante de equipamentos de energia eólica.
- O México é o principal fornecedor de pás de turbinas eólicas.
- O Brasil continua sendo o principal empregador no setor de biocombustíveis, mas também está adicionando muitos empregos em instalações eólicas e solares fotovoltaicas.
- Os Estados Unidos estão começando a criar uma base industrial nacional para o nascente setor eólico offshore.
O relatório destaca ainda que a expansão das energias renováveis precisa ser apoiada com pacotes de políticas integrais, incluindo treinamento para trabalhadores e trabalhadoras com o propósito de garantir empregos decentes, de alta qualidade, bem remunerados e diversificados com vistas a uma transição justa.
Brasil sobe no ranking de energia solar
Ainda de acordo com o relatório, o Brasil subiu uma posição no ranking mundial dos países que mais geraram empregos no mundo em energia solar fotovoltaica no ano de 2021. Assumindo a sexta colocação, o país ficou na frente de líderes históricos do setor, como a Alemanha, Austrália e o Reino Unido.
Segundo levantamento da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), o Brasil registrou, desde 2012 até começo de setembro deste ano, a criação de mais de 570,1 mil empregos pelo setor solar. De acordo com a entidade, a fonte fotovoltaica possui atualmente 19 gigawatts de potência instalada e já trouxe ao país mais de R$ 99,7 bilhões em novos investimentos e R$ 27 bilhões em arrecadação aos cofres públicos. Com isso, também evitou a emissão de 27,8 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.
Confira o relatório na íntegra, em inglês: Renewable Energy and Jobs: Annual Review 2022.
Fonte: CicloVivo
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