Uma inundação sem precedentes em Montevidéo na segunda (17) encerrou os efeitos de um domo de calor que se posicionou sobre o Uruguai, a Argentina, o Paraguai e o sul do Brasil nos últimos dias. Segundo o Instituto Uruguaio de Meteorologia, a capital do país recebeu 170 mm de chuvas em aproximadamente duas horas – este volume é o esperado para todo o mês de janeiro na região. O El País traz imagens da destruição, e O Globo destaca os impactos para a produção de alimentos – mais de 400 mil galinhas morreram de calor no Uruguai em três dias. Na Argentina, a seca extrema tem causado incêndios nas regiões mais ao sul e quebras de safra nas zonas produtoras, o que pode custar até 1% do PIB argentino em valores atuais – ou US $ 2,9 bi. A infraestrutura elétrica do país não suportou as temperaturas acima de 40 graus, deixando ao menos 700 mil usuários sem luz no momento de auge dos blecautes, relata o Clarín.
Já o ABC Color alerta que o déficit de chuvas no Paraguai deve seguir até março, e novos recordes de temperaturas altas ainda são esperados para várias regiões do país nesta semana. Prejuízos também no Brasil: 1,5 mil famílias de Guaíba (RS) foram afetadas pelos temporais de segunda-feira, informa o g1; e Santa Catarina estava sob risco de registrar temperaturas acima de 40 graus nesta terça (18). Para entender as relações entre chuvas e secas extremas, ondas de calor e mudanças no clima, vale a pena ouvir o meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operações e Modelagem do Cemaden, entrevistado no podcast Ao Ponto do’ Globo. “É importante dizer que a Amazônia emite umidade constante que equivale a uma chuva de 4 a 5 mm todo dia; isso dá mais de 100 mm por mês. (…) obviamente, se modificarmos a vegetação e o solo, estamos modificando esta fonte de umidade”, alerta Seluchi. MetSul, Climatempo, CNN Brasil, Veja e Folha deram ampla cobertura a esses eventos extremos.
Fonte: ClimaInfo
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