“…não existe nenhum caminho exceto a prosperidade. Toda sociedade desenvolvida que eu conheço atingiu o desenvolvimento por meio de um setor privado pujante. E, nesse contexto, o empreendedorismo é o principal instrumento. Buscar empreendedores no território amazônico talvez seja a mais interessante iniciativa possível, e com maior impacto no longo prazo”. Denis Benchimol Minev – CEO da Bemol
Por Carlos Koury e Alfredo Lopes
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A realização da ExpoAmazonia Bio&TIC, nos dias 30 de junho a 2 de julho próximos, será o retrato de uma utopia, colorida, biotecnológica, digital e inovadora da economia sustentável da Amazônia, a partir de Manaus, a joia da Coroa, situada no coração da maior floresta tropical do planeta. O evento põe na vitrine o engenho e a arte de uma geração empreendedora que escreve a própria história na presença – e com a participação efetiva – de seus convidados, parceiros ativos no talento e na certeza de quem constrói um futuro que está em plena gestação e erupção.
É uma Amazônia que começa a assumir o protagonismo de seus destinos, sua evolução biológica e bioética, os bioativos de suas potencialidades e da prosperidade inadiável de sua gente, movida pelas ferramentas da nova revolução industrial, apropriadamente autorreferenciada pela sigla Bio&TIC, a Amazônia 4.0 que emerge de suas águas e foi gerada a partir dos nutrientes de sua diversidade biótica.
Essa Amazônia revolucionária, e frequentemente aplaudida pela comunidade internacional, foi premiada, através do cientista brasileiro, Carlos Nobre, membro da Academia Americana de Ciências, e do IEA Instituto de Estudos Avançados da USP, e de sua trajetória em favor da Hileia, no filme Amazônia 4.0, concedido pela Europa Film Festival UK, de Londres. Há um clamor universal pela gestão inteligente da Amazônia.
O caminho natural para quem aqui vive é a expansão e diversificação produtiva e sustentável da economia do Amazonas, baseada no polo industrial de Manaus, a cadeia de transmissão de 85% da economia local. E se ocorrem falhas na interiorização do desenvolvimento é porque o poder público recolhe 75% da riqueza consolidada.
Daí a tragédia na interiorização dos benefícios, na geração de emprego e renda e na adoção de mecanismos de fomento para disseminar o empreendedorismo e o cooperativismo em ações produtivas inovadoras e sustentáveis.
A propósito, os programas prioritários de bioeconomia, tecnologia da informação e comunicação e qualificação de empreendedores, idealizados pela Suframa já começam a frutificar um amanhecer de bons resultados.
Na Amazônia, o grande desafio é promover o acesso da população a patamares mais dignos que permitam o exercício da cidadania e usufruto dos direitos civis. As atividades predatórias, como o desmatamento, o garimpo ilegal, as demais modalidades do crime organizado, incluindo o narcotráfico, são sinônimos de exclusão, subemprego, violência e caos social. Um verdadeiro apodrecimento do tecido social.
É preciso impulsionar a economia da diversidade biológica, dos recursos minerais, recursos e serviços ambientais, entre outras formas de geração de emprego e renda na convivência harmoniosa entre o meio ambiente e o desenvolvimento, como propôs o Brasil e a comunidade internacional, há trinta anos, com a Conferência da Terra, promovida pela ONU no Rio de Janeiro, a Rio-92, justamente para promover o desenvolvimento socioeconômico sem desequilibrar os estoques naturais.
Hoje, os caminhos mais promissores e evidentes para acessar este desafio na Amazônia é a bioeconomia e a inovação tecnológica, duas ferramentas imbricadas pelo imperativo da sustentabilidade. Interdependentes e coincidentes, são caminhos e caminhantes que se valem da mesma fonte e enzimas que se aceleram em conjunto, na mesma reação bioquímica e inovação evolutiva.
Na Amazônia, para olhar no retrovisor, relembremos que a borracha precisou da química da amônia para inovar suas propriedades e viabilizar seus benefícios. O látex da seringueira assim resistiu à coagulação imposta pela luz natural. Coube às populações tradicionais atribuir funcionalidade e naturalidade do leite extraído da seringueira, a árvore da fortuna, que virou a bola de diversão das etnias indígenas. Isso mesmo, eles são os verdadeiros inventores do futebol, esporte da bola jogada com os pés, que os ingleses reorganizaram posteriormente.
O uso da tecnologia da seringueira ajudou, com a inovação da borracha, a humanidade a andar mais depressa sobre duas, três ou quatro rodas, permitiu a assepsia da higiene diária e o controle de doenças e natalidade com os preservativos.
O código Bio&TIC será sempre uma equação permanente em que a bioeconomia precisará sempre do amparo científico e tecnológico para atender às demandas da Humanidade, incluindo a conjugação do verbo corrigir as distorções do consumo, ou a fabricação de produtos que não comprometam a saúde do planeta.
Internet das coisas, tecnologia Loc, laboratório no chip, automação para atividades insalubres, blockchain, aplicativos para o equilíbrio alimentar, controle de pragas, uso de bioativos sob gestão da bioinfomática para soluções da nanobiotecnologia a serviço da saúde, alimentação integral e dermocosmética sustentável… Soltemos o imaginário, é hora de resgatar a alegria de criar inovações positivas para a humanidade, anulando o ecosuicídio da civilização predatória para promover uma nova era de desenvolvimento econômico com emissão zero dos gases que preconizam o caos.
É urgente, portanto, criar paradigmas alternativos para um desenvolvimento equilibrado, próspero, justo e economicamente viável. Num debate recente, o economista e empresário Denis Benchimol Minev, CEO do Grupo Bemol, afirmou que “…não existe nenhum caminho exceto a prosperidade. Toda sociedade desenvolvida que eu conheço atingiu o desenvolvimento por meio de um setor privado pujante.
E, nesse contexto, o empreendedorismo é o principal instrumento. Buscar empreendedores no território amazônico talvez seja a mais interessante iniciativa possível, e com maior impacto no longo prazo”. Viva a Amazônia, prestigie a ExpoAmazonia Bio&TIC, a vida pode ser bem melhor e será!
“Utopia nada mais é que uma realidade prematura… Um lugar que já está aqui segundo a releitura da etimologia grega, e que habita nossa imaginação, nutre as células e as moléculas, que dão base à vida e à energia de sua construção, sem determinismo nem panteísmo”.
Lopes (2014) in Amazônia, pioneiros e utopias, Instituto Census Ed
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