“É gratificante saber que o CBA respondeu pelo B do Bio&TIC e que o T foi pilotado pelo Polo Digital de Manaus. Foram fechados muitos negócios, quase 20 mil visitantes, muitos, muitos jovens com expressão aguerrida, determinada, destemida desfilaram suas expectativas para tomar em suas mãos as rédeas de nosso amanhã que já raiou.”
Por Antônio Silva
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Duas Rodas fazem bem ao Brasil e ao Clima, sabia?! Pois é, tive o imenso prazer de conversar com os gestores da Abraciclo, neste 12 de julho, a entidade das empresas que compõem o Polo de Duas Rodas, um dos mais destacados do Polo Industrial de Manaus. Conversamos virtualmente com os jornalistas do país inteiro e – presencialmente – com os profissionais de imprensa de Manaus. Uma conversa franca sobre a economia em tempos de pandemia, um karma que se recusa a nos deixar em definitivo. Em pauta, o programa Zona Franca de Manaus, nosso modelo de acertos e avanços na redução das desigualdades entre o Norte e o Sul do país. E suas barreiras de insegurança jurídica, seus avanços, pit stops, expectativas de recuperação, parcerias e – com um entusiasmo comum – o papel de tecnologia como premissa de nossa evolução/redenção.
Destacamos, assim, o papel da Universidade como fator decisivo de nossos avanços, na medida em que construirmos maior estreitamento de nossas atividades e alternativas efetivas de cooperação. Fundada há mais de duas décadas, a Universidade do Estado do Amazonas nasceu, precisamente, da necessidade de evoluir nesta parceria promissora, pois o Polo Industrial de Manaus, criado para substituir importações e atender o mercado interno, continental, prioritariamente, sempre demandou a substituição dos pacotes tecnológicos importados, desde que abrimos o comercio da ZFM para as novidades dos países mais avançados. E hoje, essa demanda nunca foi tão necessária.
Há poucos dias, abrigamos um evento da maior importância para nossa Economia e para colocar na vitrine os avanços que, aos trancos, incompreensões e barrancos, conseguimos consolidar com o Polo Industrial de Manaus. A ExpoAmazonia Bio&TIC 2022, entre outros méritos, tem o de resumir tantos anos de suor e lágrimas, algumas de indignação, mas também de alegria, aquela que brota da sensação do dever cumprido. Bioeconomia é nosso sonho desde que há trinta anos, o governador Gilberto Mestrinho arrumou as valises com o reitor da UFAM e da UTAM, na época, Marcus Barros e Nazaré Pereira, e nosso saudoso companheiro da FIEAM, Raimar Aguiar, economista, professor e defensor de uma utopia para a Amazônia Bio&TIC. Assim, eles rumaram para o MIT, Massachusetts Institute Technology, para consolidar parcerias e implantar o Polo de Biotecnologia em Manaus. Uma viagem histórica e profética. Gilberto e Raimar partiram para a glória mas a semente e o sonho de um novo Amazonas ficaram entre nós.
Os acomodados tentaram esfriar os ânimos, entretanto, poucos anos depois, lançamos a pedra fundamental do CBA, o Centro de Biotecnologia da Amazônia. A indústria, mais uma vez se fez presente, e direcionou, em comum acordo com a Suframa, as taxas de serviços que pagávamos para a autarquia administrar os incentivos. Hoje, acreditamos, o CBA, transformado em Centro de Bionegócios, será em breve uma organização social de direito privado, com CNPJ e uma verba inicial, cá pra nós, meio tímida, mas que pode qualificar a organização para aportes privados.
É gratificante saber que o CBA respondeu pelo B do Bio&TIC e que o T foi pilotado pelo Polo Digital de Manaus. Foram fechados muitos negócios, quase 20 mil visitantes, muitos, muitos jovens com expressão aguerrida, determinada, destemida desfilaram suas expectativas para tomar em suas mãos as rédeas de nosso amanhã que já raiou. Temos que prestar atenção nesses eventos, fenômenos, produtos, resultados… Trata-se de uma luta que começou teimosa e esperançosa há 55 anos. E isso não vai cessar. É um vendaval de adensamento, diversificação e regionalização do desenvolvimento, da economia e da cidadania.
Por isso – voltando à importância da academia para ajudar a florescer a economia – temos que reforçar a ação compartilhada com a Universidade. Especialmente, com a UEA, mantida integralmente pelo Polo Industrial de Manaus. Talvez alunos desavisados e docentes distraídos nem saibam dessa vinculação e amparo, R$2,5 bilhões nos últimos 5 anos. A utopia existe e precisa, por sua vez, se adensar e ser antecipada por nossa obstinação. Com certeza, o crescimento de uma será o florescer da outra, não apenas na Bioeconomia e na Tecnologia da Informação e da Comunicação. Precisamos de prover infraestrutura adequada as peculiaridades de nossa Amazônia, com logística adaptada por transportes leves, rápidos e seguros. Temos tecnologia nos aguardando para as energias alternativas, a conexão digital rápida, avançada e acessível ao sertão e beiradão amazônico. A lição já sabemos de cor, de coração e com muito talento, para inaugurarmos um novo momento que seja próspero, viável, socialmente justo e ambientalmente sustentável, como antevia o mestre Samuel Benchimol.
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