A temperatura média global foi de cerca de 1,11ºC acima dos níveis do período pré-industrial, segundo Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Por ONU/CicloVivo
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) informou, na última quarta-feira (19), que o ano passado se juntou à lista dos sete anos mais quentes já registrados. Além disso, foi também o sétimo ano consecutivo no qual as temperaturas globais ficaram 1ºC acima dos anos pré-industriais, chegando próximo ao limite estipulado no Acordo de Paris de 2015.
Apesar da média da temperatura global ter sido congelada temporariamente entre 2020 e 2022 por conta do La Niña, 2021 continuou sendo um dos sete anos mais quentes da história, segundo os dados da organização.
Há uma expectativa de que o aquecimento global e outras tendências de mudanças climáticas de longo prazo continuem como um resultado da presença, em níveis recordes, dos gases de efeito estufa, que retêm calor na atmosfera.
A temperatura média global em 2021 foi de cerca de 1,11ºC acima dos níveis do período pré-industrial. O Acordo de Paris determina que todos os países se empenhem em limitar o aquecimento global até o limite de 1,5ºC. Isso será feito por meio de ação climática conjunta e das Contribuições Nacionalmente Determinadas realistas – os planos nacionais individuais que precisam se tornar realidade para diminuir a taxa de aquecimento.
A OMM afirmou que usou seis bases de dados internacionais para garantir o estudo mais abrangente e confiável a respeito da temperatura. Os mesmos dados são usados no relatório oficial anual sobre o estado do clima.
De acordo com a agência, desde 1980, cada década tem sido mais quente que a anterior – uma tendência que deve continuar.
Todos os sete anos mais quentes da história foram a partir de 2015, sendo o top três: 2016, 2019 e 2020. Um evento excepcionalmente forte do El Niño aconteceu em 2016, o que contribuiu para o recorde da temperatura média global.
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, declarou que os eventos seguidos de La Niña significam que o aquecimento em 2021 foi relativamente menos acentuado em comparação com os anos recentes. “Mesmo assim, 2021 ainda foi mais quente que os anos precedentes ao La Niña”, ressaltou.
Tendência inequívoca
Petteri Taalas também falou que o aquecimento de longo prazo, devido às emissões de gases, tem sido muito maior do que a variação anual das temperaturas médias globais, causadas por fatores climáticos.
“O ANO DE 2021 SERÁ LEMBRADO POR TEMPERATURAS RECORDES DE 50°C NO CANADÁ, POR CHUVAS EXCEPCIONAIS E POR ENCHENTES FATAIS NA ÁSIA E NA EUROPA, ALÉM DE SECAS NA ÁFRICA E EM PARTES DA AMÉRICA DO SUL”
Petteri Taalas, secretário-geral da OMM
Taalas ressaltou que os impactos da mudança climática e de perigos ligados ao clima tiveram impactos arrasadores nas comunidades de todos os continentes.
Outros indicadores chaves do aquecimento global incluíram a concentração de gases de efeito estufa, índice do calor dos oceanos, nível de pH dos oceanos (níveis de acidez), nível global dos oceanos, massa glacial e extensão das calotas de gelo.
A OMM utilizou bases de dados desenvolvidas e mantidas pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), pelo Goddard Institute for Space Studies (NASA GISS), pelo Met Office Hadley Centre do Reino Unido, pela Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia e pela Berkeley Earth. Essas bases são fundamentadas em dados mensais climatológicos de locais de observação e navios e boias em redes marinhas globais.
A organização também usou conjuntos de dados de reanálise do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo e seu Serviço de Mudança Climática do Copernicus e da Agência Meteorológica do Japão.
A agência explicou que o valor das temperaturas será incluído no relatório final do Estado do Clima de 2021, que será publicado em abril de 2022. Ele irá referenciar todos os indicadores chaves sobre o clima e impactos climáticos específicos e vai atualizar o relatório provisório feito em outubro de 2021 antes da COP26.
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