Desde o dia 10 de maio, as comunidades da Terra Indígena Yanomami convivem com o temor de novos ataques por grupos criminosos, que aproveitam a ausência de forças de segurança pública para amedrontar a população e facilitar o garimpo ilegal na região. A Hutukara Associação Yanomami denunciou uma nova agressão dos criminosos, que atacaram a comunidade Maikohipi, onde vivem mais de 1,1 mil indígenas em 15 aldeias. Na madrugada do último sábado (5/6), os criminosos se aproximaram a partir do rio Uraricoera e lançaram bombas de gás lacrimogêneo para atordoar os indígenas. Não há informações sobre feridos ou vítimas do ataque.
“Diariamente, os Yanomami sofrem intimidações. É muito assédio, como ameaças de morte, gritos, mostrando armas, disparando bombas. Resumidamente, as autoridades nunca enviaram equipe de segurança de forma permanente. Os próprios guerreiros estão protegendo as comunidades. Os órgãos competentes não atenderam nossa solicitação, isso é muito preocupante”, afirmou Dario Kopenawa, vice-presidente da Hutukara, ao Instituto Socioambiental (ISA).
Enquanto isso, em Brasília, uma delegação de lideranças indígenas se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para pedir o arquivamento do Projeto de Lei (PL) 490, que pode acabar com as demarcações de Terras Indígenas, além de outras propostas em discussão no Congresso Nacional que podem prejudicar os direitos dos Povos Indígenas brasileiros. “Sócio-atleta” da boiada no Legislativo federal, Lira não se comprometeu com o arquivamento dos projetos, mas afirmou que o PL 490 não é prioridade da Câmara e que pretende criar um grupo de trabalho com a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Povos Indígenas para tratar dessas questões. O Conselho Missionário Indígena (CIMI) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) participaram da reunião.
Em tempo 1: O Mongabay destacou o avanço do desmatamento na bacia do rio Xingu e citou dados da Rede Xingu+: entre 2018 e 2020, a região perdeu 5.135 km2 de floresta (área três vezes maior que a do município de São Paulo), derrubada principalmente por madeireiros, grileiros e garimpeiros ilegais. A intensificação das atividades ilegais pode cortar no meio o corredor verde de Reservas Indígenas e Unidades de Conservação.
Em tempo 2: O Ministério Público Federal (MPF), junto com a organização Conservação Estratégica (CSF-Brasil), lançou nesta semana uma nova ferramenta para calcular os danos socioambientais provocados pela extração ilegal de ouro na Amazônia. A Calculadora de Impactos do Garimpo Ilegal de Ouro identifica dados como a perda de vegetação, a contaminação por substâncias químicas e metais pesados, a erosão e o assoreamento dos rios decorrentes do garimpo amazônico, entre outros. Ao todo, os impactos da extração criminosa de ouro na Amazônia foi estimado em até R$ 1,9 bilhão, considerando danos ambientais irreversíveis. O Valor deu mais informaçõe
Fonte: ClimaInfo
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