Plantar árvores e preservar o verde nas cidades e florestas é uma maneira simples mas extremamente importante para garantir ar puro e combater as mudanças climáticas. A novidade descoberta por pesquisadores da Royal Horticultural Society é que existem plantas que desempenham esta função de forma mais eficiente. Pesquisando quais seriam estas plantas, os cientistas chegaram a Cotoneaster franchetii, uma super planta quando se tratar de reter gases que ajudam o efeito estufa.
“Estimamos que a Cotoneaster retém 20% a mais de emissões do que outras sebes que testamos, então seria ideal ao longo de estradas movimentadas em pontos de poluição”, disse Dra. Tijana Blanusa autora do estudo.
O estudo, publicado na revista Environments , teve como objetivo comparar diferentes métodos para avaliar quais plantas estavam acumulando a maior parte do material particulado. Para uma avaliação ainda mais completa, eles analisaram o comportamento das plantas em canteiros de rodovias na cidade britânica de Reading e determinaram quais espécies eram mais eficazes na absorção de poluentes.
A planta vencedora foi a Cotoneaster franchetii, é um arbusto com folhas peludas, com frutos que variam entre o branco e rosa nos dias quentes para o vermelho e roxo, nas estações mais frias do ano. A espécie é originária da China, Tailândia e Mianmar.
As características que tornam a Cotoneaster franchetii um filtro de poluição eficaz podem ser encontradas em outras plantas, especificamente aquelas com folhas peludas ou complexas, concluiu o estudo.
“Nas principais estradas da cidade com tráfego intenso, descobrimos que as espécies com coberturas mais densas e com folhas ásperas e peludas eram as mais eficazes”, disse Blanusa.
“Os pelos, cristas e escamas das folhas agem aumentando a área de superfície sobre a qual o material particulado é depositado, mas também podem dificultar o deslocamento do material quando as folhas estão se movendo”, explicou ela.
E a escolha das espécies para os canteiros de rodovias ou locais onde a poluição é maior faz realmente uma diferença nos resultados, descobriram os pesquisadores. Se você quiser plantar uma espécie menos eficaz, a cobertura vegetal precisará ter dois metros a mais de espessura para ter o mesmo efeito que uma espécie com folhas mais arbustivas.
A pesquisa faz parte de um estudo para identificar “super plantas” que jardineiros e planejadores urbanos podem usar para ajudar a mitigar os impactos ambientais, como poluição do ar e a crise climática.
“Descobrimos, por exemplo, que a cobertura de parede com hera é excelente para resfriar edifícios e espinheiro e alfena ajudam a aliviar chuvas intensas de verão e reduzir inundações localizadas”, disse o professor Alistair Griffiths, diretor de ciência e coleções da Royal Horticultural Society, no comunicado à imprensa.
“COM O PLANTIO EM JARDINS E ESPAÇOS VERDES EM REGIÕES CRÍTICAS, PODERÍAMOS FAZER UMA GRANDE DIFERENÇA NA MITIGAÇÃO E ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS”.
professor Alistair Griffiths
Comentários