Como parte de estratégia global para compensar suas emissões de carbono, a petroleira anglo-holandesa Shell prevê R$ 3 bilhões em investimentos em projetos de energia no país até 2025, com foco em usinas solares.
Os planos foram apresentados nesta terça-feira (21) em entrevista para divulgar a nova marca da companhia no segmento, Shell Energy, que ficará responsável por produzir e comercializar energias renováveis e gás natural.
“A marca dá suporte à estratégia da Shell de zerar suas emissões líquidas até 2050”, disse o diretor de Renováveis e Soluções de Energia da Shell Brasil, Guilherme Perdigão.
Maior produtora privada de petróleo no país e sócia da segunda maior distribuidora de combustíveis, a Raízen, a Shell anunciou em julho seu primeiro projeto de energia solar no Brasil, em parceria com a siderúrgica Gerdau.
Juntas, as duas investirão em uma usina no norte de Minas Gerais com potência de 190 MW (megawatts). No momento, a carteira de projetos da Shell no setor soma 2,7 GW (gigawatts) e a meta é atingir a marca de 5 GW até 2025.
O processo esbarra, porém, em restrições de acesso à rede de transmissão, hoje pressionada pelo elevado número de projetos renováveis no país, diz a gerente de Desenvolvimento de Energias Renováveis da companhia, Gabriela Oliveira.
A Shell Energy quer atuar também no segmento de eólicas, com foco nas usinas instaladas no mar, conhecidas como eólicas offshore –fonte que vem crescendo na Europa e nos Estados Unidos, mas ainda sem regulamentação no Brasil.
“É um segmento novo e a gente está muito ansioso para entender o decreto que o governo vai divulgar até o fim do ano para estabelecer um marco regulatório para essa fonte limpa e renovável”, disse Oliveira.
Na carteira de investimentos em energia, está ainda a conclusão e possível ampliação da térmica Marlim Azul, que a empresa constrói em Macaé, no norte fluminense, com capacidade para gerar 560 MW.
O projeto tem início de operações previsto para 2023, mas a companhia já pensa em disputar o próximo leilão de energia térmica do governo, que ocorrerá no fim do ano, com uma ampliação da usina.
No negócio de gás, há planos ainda de construir um terminal de importação do combustível como parte da estratégia de buscar novos clientes com a abertura do mercado nacional. Em agosto, a companhia assinou acordo com a distribuidora pernambucana Copergás para fornecer parte da demanda do estado.
Com a redução da fatia da Petrobras no segmento, a expectativa é que se abram novas oportunidades para outros fornecedores, tanto empresas que produzem gás no Brasil quanto empresas dispostas a importar o combustível.
Fonte: Jornal do Commercio
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