A Presidência da COP26 divulgou na madrugada desta 4ª feira (10/11) o 1º esboço do texto de decisão da Conferência de Glasgow. Com apenas sete páginas, a proposta sugere uma nova rodada de compromissos climáticos nacionais com metas mais ambiciosas até o final de 2022, além de esforços adicionais dos países para eliminar os subsídios aos combustíveis fósseis e acabar com o consumo de carvão.
No entanto, o documento não traz avanços significativos no financiamento climático, um dos pontos mais importantes da agenda política da COP. O texto pede por um aumento dos recursos disponibilizados para ação climática nos países pobres, mas não define um cronograma para tanto, nem uma nova meta financeira coletiva.
Outra ausência é dos mercados de carbono: o texto proposto não traz nenhuma novidade na regulamentação do Artigo 6 do Acordo de Paris.
O texto sintético apresentado pelos britânicos resume o panorama de uma COP que caminha para um final incerto. Por um lado, os governos desenvolvidos querem mais ambição dos países em desenvolvimento, especialmente dos emergentes, com metas climáticas mais expressivas. Por outro, os países pobres exigem que suas contrapartes ricas cumpram os compromissos de financiamento climático assumidos no passado e que apresentem novas fontes de recursos financeiros para facilitar a ação climática nas nações em desenvolvimento. A margem de manobra nos dois lados é curta, o que sinaliza a possibilidade de “fortes emoções” na reta final da COP26.
“O rascunho do texto de decisão da COP26 não correspondeu às grandes expectativas globais”, afirmou no Guardian um negociador secreto. “O mundo inteiro quer um resultado mais ambicioso na COP de Glasgow. Mas o rascunho que cobre o texto das decisões atenua essas ambições e não é consistente com a meta 1,5°C do Acordo de Paris, nem com o aumento das ambições [sobre o corte de emissões]. A esperança é que ainda tenhamos mais dois dias para aumentar as ambições de mitigação [corte de emissões]; entregar US$ 100 bilhões [prometidos a partir de 2020] e mais US$ 100 bilhões para além de 2025; fixar regras do Artigo 6 para mecanismos de mercado; definir metas de adaptação e apoiar planos nacionais de adaptação; e operacionalizar a Rede Santiago para perdas e danos”.
Fonte: ClimaInfo
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