Iniciativa da ANPG, com apoio da SBPC, busca chamar atenção para a situação crítica das atividades de pesquisa no País. Ato está marcado para o dia 26
A Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), com apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), está convocando uma paralisação de alunos e professores da pós-graduação para a próxima terça-feira, 26 de outubro. A ação estava prevista para o dia 20, mas foi adiada em função da leitura do relatório final da CPI da Covid no Senado Federal.
A paralisação sucede a outra mobilização, feita no dia 15, que contou com a participação de várias entidades científicas e a realização de um debate com parlamentares ligados à Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.br), que tentam reverter os cortes e bloqueios de recursos impostos ao setor. O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Evaldo Vilela, também participou da discussão e não escondeu sua “frustração” e “indignação” com os recursos de R$ 600 milhões que deveriam ter sido liberados para iniciativas de fomento à pesquisa, no dia 7, mas acabaram sendo direcionados para outras atividades, por ordem do Ministério da Economia.
Cerca de R$ 2,7 bilhões seguem contingenciados pelo governo no Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), apesar da escassez extrema de recursos enfrentada pelas instituições de pesquisa do País e de uma lei aprovada no início deste ano pelo Congresso Nacional, proibindo esse contingenciamento.
“É evidente o desmonte da ciência em curso no Brasil”, diz a presidente da ANPG e mestranda no Programa de História Econômica da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Flávia Calé da Silva, em artigo para o Jornal da USP. “Os impactos desse processo são diversos. Paralisia de pesquisas de alta relevância, redução da capacidade de fomento do CNPq, repercutindo na importação de insumos para realização de pesquisas, bolsas de estudos para mestrandos, doutorandos e doutores formados, que não encontram emprego no mercado de trabalho nacional.”
Fonte: Jornal da USP
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