A queda no faturamento líquido do setor automobilístico no Brasil foi brutal depois da crise no mercado interno de 2015. Antes, com o crescimento do mercado interno, o faturamento líquido chegou a mais de US$ 93 bilhões de dólares.
Entre 2004 e 2013 o crescimento econômico e fortalecimento do mercado interno promoveu um amplo interesse da indústria automobílistica, com a produção de autoveículos apresentando uma taxa média de crescimento para esse período de 7,8%.
Esse crescimento foi determinado, predominantemente, pela dinâmica do mercado interno, dado que a participação das exportações como proporção total da produção de autoveículos saiu de 35,5% em 2005, para 15,8% em 2013. Como contrapartida, a participação do mercado interno como destino da produção de autoveículos saltou de 64,5% em 2005 para 84,2% em 2013.
Após a crise política e econômica a partir de 2015, o PIB brasileiro passou apresentar uma perda de dinamismo, com taxas negativas em 2015 (-3,55%) e 2016 (-3,28%), com pífio crescimento em 2017 (1,32%), 2018 (1,78%) e 2019 (1,14%).
Impactos da crise na indústria automobilística: entre 2014, 2015 e 2016, houve taxas negativas de crescimento, respectivamente -15,1%; -22,7%; e -10,5%. Somados, uma queda na produção de autoveículos de 48,3%. O número total de autoveículos produzidos saindo de 3.738.448 em 2013, para 2.195.712 em 2016. 88,7% da produção era destinada ao mercado interno. A recuperação entre 2017 e 2019 soma um total de crescimento de 32,5%, mas com a produção ficando apenas 2.951.446 autoveículos, muito longe do auge do crescimento do setor. Essa perda de dinamismo pode ser creditada à crise do mercado interno. O faturamento líquido de US$ 87.294 bilhões em 2013 cai para US$ 54 bilhões em 2019. O número de empregos gerados também caiu de 135 mil em 2013 para 106 mil em 2019.
Por Uallace Moreira
Fonte: Paulo Gala
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