O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, atribui à Secretaria de Saúde do Amazonas a responsabilidade pela falta de oxigênio em Manaus que levou à uma crise de desabastecimento nos hospitais públicos da capital em janeiro deste ano. A declaração foi feita na manhã desta quinta-feira em depoimento na CPI da Covid no Senado.
Pazuello afirmou que o acompanhamento do consumo de oxigênio não era o foco da Secretaria, pois em dezembro ainda havia fornecimento do insumo e a pasta deu atenção a outras coisas. “Então, no próprio plano de contingência apresentado pela Secretaria de Saúde (do Amazonas) para nós não apresentava nenhuma medida sobre oxigênio”, disse.
O ex-ministro informou que a empresa White Martins, principal fornecedora de oxigênio do Amazonas, já estava usando uma reserva e não deixou isso claro. “A empresa White Martins, que é a grande fornecedora, somada à produção da Carboxi, que é uma empresa menor, ela já vinha consumindo a sua reserva estratégica e não fez essa posição de uma forma clara desde o início. Começa aí a primeira posição de responsabilidade!”, disse Pazuello.
Segundo o ex-ministro, a Secretaria de Saúde não monitorou a carência do produto.
“Se a Secretaria de Saúde acompanhasse de fato e de perto a situação da produção e consumo de oxigênio, preocupada com o aumento do oxigênio, teria descoberto que estava sendo consumida uma reserva estratégica e que medidas precisariam ser feitas imediatamente”, afirmou.
O ex-ministro atribuiu à pasta a responsabilidade pela crise do oxigênio. “No momento que a secretaria deixa de acompanhar o processo e se antecipar ao processo, a responsabilidade quanto a isso é clara no sistema. É da Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas”, disse.
Pazuello alegou que ao chegar em Manaus para tratar do assunto, o Ministério da Saúde agiu como pôde. “No momento que o gabinete do ministro com seus secretários chegaram a Manaus e nós passamos a dividir ali naquele momento a compreensão do problema, no dia 10 à noite e no dia 11 acionamos tudo o que tinha que acionar”, afirmou.
O senador do Amazonas, Eduardo Braga (MDB), rebateu. “Vossa excelência chegou com a sua equipe em Manaus, mas não providenciou o avião para buscar o oxigênio na Venezuela, não providenciou para buscar oxigênio líquido em volume e quantidade necessária. Nem o senhor, nem a Secretaria do Governo do Estado, nem a Prefeitura, nem ninguém”, disse.
O ATUAL questionou a Secretaria de Saúde se sabia do uso da reserva técnica pela White Martins, se foi alertada pela empresa sobre a possibilidade de faltar oxigênio e o que fez para evitar a falta do produto depois que foi informada. A reportagem não obteve respostas até a publicação desta matéria.
Fonte: Amazonas Atual
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