Faltando menos de dois meses para a abertura da conferência da ONU sobre o clima de Glasgow (COP26), o governo Bolsonaro tenta mostrar serviço naquilo que até agora não demonstrava ter qualquer interesse – combater a mineração ilegal em áreas protegidas na Amazônia. Tom Phillips, do Guardian, visitou Jardim do Ouro, no município paraense de Itaituba, uma das áreas mais afetadas pelo garimpo e que se tornou alvo recente de ações da Polícia Federal para desarticular grupos responsáveis pela atividade.
No entanto, considerando o fato de que Bolsonaro segue sendo um dos principais defensores do garimpo e da exploração econômica desenfreada de áreas protegidas, não existe muito espaço para ilusões. “Quem manda é o presidente e ele tem uma visão tosca e defasada da política ambiental, de 50 anos atrás, na qual o desenvolvimento fosse (sic) resultado da derrubada da floresta e sua substituição por minas de ouro”, observou Suely Araújo (Observatório do Clima).
Para os garimpeiros e quem depende da atividade na região, a ação do governo Bolsonaro surpreende, mas não é suficiente para diminuir o apoio político ao presidente. A desculpa está na ponta da língua: o culpado disso é Joe Biden, o presidente “ambientalista” dos EUA, que estaria pressionando Bolsonaro a recuar na defesa do garimpo.
Na última semana, a Polícia Federal realizou ao menos duas ações de fiscalização na região amazônica: a Operação Bezerro de Ouro III, na Terra Indígena Munduruku, com mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão executados em Itaituba; e a Operação Curimã, que desarticulou uma organização criminosa responsável pelos desmatamento e garimpo no município de Centro Novo (MA).
Fonte: ClimaInfo
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