Florestas tropicais são sistemas complexos com dinâmicas em várias escalas distintas. Um dos problemas com a noção de ponto de não retorno é passar a ideia de que tudo se resume a esse único e desconhecido ponto. Um grupo de 30 pesquisadores de 13 países diferentes, apresentou, na Cell, um novo indicador, o TFVI (sigla em inglês de Índice de Vulnerabilidade de Florestas Tropicais). Esse indicador indica o quão suscetível um ecossistema é aos efeitos adversos das pressões climáticas e humanas. Também indica sua incapacidade de suportar essas pressões e de se recuperar mais tarde. Os fatores de pressão climáticos incluem o balanço hídrico, a cobertura das copas e o déficit de pressão de vapor que retrata a umidade que o ar retém quando está saturado. As pressões humanas são desmatamento, degradação e queimadas. As respostas de um ecossistema a essas pressões incluem o impacto sobre o ciclo de carbono e o balanço de água e energia. Esse complicado sistema foi calibrado para várias florestas em todo o mundo a partir da literatura e de muitas medições de satélites ao longo dos últimos anos.
O TFVI servirá para emitir alertas para áreas que entrarem numa condição crítica de vulnerabilidade. Sassan Saatchi, da NASA, explicou que “secas frequentes, temperaturas mais altas e estações secas mais longas, juntamente com pressões crescentes de desmatamento e degradação nas últimas duas décadas, empurraram as florestas tropicais para a beira de um ponto de ruptura”, e concluiu dizendo que o indicador serve “para mostrar como e onde os pontos de não retorno podem ser atingidos e ajudar os formuladores de políticas a planejar a conservação e restauração dessas florestas”. O Science Daily deu um resumo.
Fonte: ClimaInfo
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