O agravamento da crise hídrica no Brasil e o fantasma de um possível racionamento de eletricidade fizeram com que a Agência Nacional de Energia Elétrica criasse um “gabinete de crise”, ligado à direção do colegiado, para acompanhar as condições do Sistema Interligado Nacional (SIN) nos próximos meses. Além de monitorar a situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas, o grupo também avaliará medidas adicionais e complementares para evitar o desabastecimento de energia elétrica. O Valor deu mais detalhes.
Com as hidrelétricas em alerta, o governo está priorizando a preparação de todas as usinas termelétricas operacionais para eventual acionamento até o final do ano. As termelétricas foram a principal aposta de Brasília depois da crise do “apagão elétrico” de 1999-2000, também causada pela diminuição dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas. Não à toa, como informou o Valor, o governo federal trouxe de volta um dos principais nomes envolvidos no enfrentamento daquela crise: o ex-ministro Pedro Parente, que coordenou os esforços do governo FHC para evitar o colapso do abastecimento elétrico. Parente se encontrou ontem com o ministro Bento Albuquerque para conversar sobre as perspectivas da crise atual e a capacidade do SIN de suportar os efeitos da estiagem prolongada no Brasil. Para o ex-ministro de FHC, o governo fez o “diagnóstico correto” da situação.
O risco de desabastecimento também coloca em xeque as possibilidades de crescimento econômico do Brasil neste ano. O Valor ouviu economistas sobre a situação, que alertaram para a necessidade de monitorar a situação com atenção, especialmente para evitar que um eventual encarecimento do preço da eletricidade contribua para o aumento da inflação, o que poderia comprometer o desempenho econômico do país.
Fonte: ClimaInfo
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