Em mais um esforço para facilitar a vinda de recursos internacionais para proteção ambiental, governadores de sete estados brasileiros se encontrarão na próxima 6ª feira (30/7) com John Kerry, enviado especial dos EUA para o clima, para apresentar um conjunto de iniciativas socioambientais no Brasil. A ideia dos governadores é “driblar” o mau humor internacional com o governo de Jair Bolsonaro e abrir um canal de comunicação e cooperação internacional com foco no meio ambiente. De acordo com Daniela Chiaretti no Valor, os projetos contemplam ações em todas as regiões do país, que abrangem desde ações de gestão e conservação hídrica e desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis até reflorestamento e proteção de áreas de manguezais e restingas.
A articulação internacional dos governadores brasileiros acontece em um momento ruim para o Brasil no cenário externo. O país acumula críticas por causa da explosão do desmatamento e das queimadas na Amazônia e pelo desmantelamento das políticas de proteção do meio ambiente e dos Direitos dos Povos indígenas. O mau humor respingou em projetos tidos como prioritários pelo governo Bolsonaro na política externa brasileira, como a adesão à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), tida como o “clube dos países desenvolvidos”.
Como escreveu o embaixador Rubens Barbosa no Estadão, o Brasil tropeça ao ignorar as recomendações da OCDE contra o enfraquecimento das proteções ambientais no país. “Correções e ajustes na política ambiental serão necessários para se preencher os requisitos exigidos pela organização”, observou Barbosa. “O combate aos ilícitos na Amazônia são medidas que só dependem da vontade política do governo”.
Na mesma linha, o ex-ministro Joaquim Levy ressaltou que o desprezo do governo federal com o combate ao desmatamento pode custar caro ao Brasil. “A perda da floresta teria implicações globais, o que tem suscitado reações contra o Brasil em muitos mercados e de vários governos. O custo para o nosso agronegócio não é pequeno e rapidamente pode ser estendido a outras partes da economia”, escreveu Levy n’O Globo.
Fonte: ClimaInfo
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