O Brasil segue tendo vantagens comparativas no que diz respeito à economia verde, especialmente em termos de geração de energia renovável. O problema é que essas vantagens perdem fôlego a cada escorregão do governo de Jair Bolsonaro na questão ambiental. O alerta é de um estudo internacional elaborado pelo banco suíço Lombard Odier e por pesquisadores da Universidade de Harvard.
O estudo analisou dados relativos à economia verde em diversos países, mostrando como eles estão posicionados nessa “corrida” a partir de suas condições atuais e de seus investimentos de retomada econômica pós-pandemia. Países como Alemanha, Estados Unidos e China se destacam por sua capacidade tecnológica e investimentos mais direcionados na recuperação sustentável pós-COVID.
O Brasil perdeu posições no índice de complexidade verde e no potencial de complexidade verde estimados pelo estudo, por conta da escalada do desmatamento e das cobranças internacionais contra a política ambiental brasileira. O Valor deu mais informações.
Enquanto isso, a União Europeia tenta se contrapor à China na corrida por oportunidades de investimento em infraestrutura na América Latina. O Valor destacou o interesse dos europeus em direcionar recursos e esforços para projetos na região a partir de seu recém-anunciado Global Gateway, um megaprograma de investimentos globais que pretende mobilizar 300 bilhões de euros (cerca de R$ 1,9 trilhão) nos próximos anos. Alinhado com os objetivos climáticos da UE, um dos focos do programa na América Latina deve ser em projetos de desenvolvimento de hidrogênio verde.
Em tempo: “A práxis comercial verde da Europa é um caminho sem volta”, observou Ana Paula Tostes (professora da UERJ e senior fellow do CEBRI) na coluna Latinoamérica 21, da Folha. Tostes lembrou a trajetória das metas e ações climáticas recentes da UE e como essa agenda ganhou ressonância em diversas áreas de cooperação e integração regional europeia nos últimos anos. Considerando esse movimento como um todo, as novas restrições para importação de commodities agrícolas associadas ao desmatamento não são nem uma surpresa, nem algo que possa ser simplesmente driblado pelos exportadores brasileiros. Para que o país possa continuar tendo acesso ao mercado europeu, o meio ambiente precisará estar no centro de sua estratégia produtiva e comercial.
Fonte: ClimaInfo
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