Os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste devem chegar ao final de julho em níveis inferiores aos registrados no mesmo período em 2001, ano em que o Brasil viveu um racionamento elétrico. A projeção é do Operador Nacional do Sistema Elétrico, obtida por Daniel Rittner no Valor. A expectativa é de que o nível médio desses reservatórios feche este mês em 26,6% de sua capacidade máxima, 0,2% abaixo do volume registrado no final de julho de 2001. Se isso se confirmar, será a primeira vez em duas décadas que o patamar de armazenamento fica abaixo do verificado naquele ano. Ainda assim, o governo federal insiste em rejeitar qualquer possibilidade de racionamento elétrico no Brasil para os próximos meses.
Enquanto isso, o governo está implementando a Medida Provisória (MP) 1055 que reorganizou a gestão dos recursos hidrelétricos do Brasil. A recém-criada Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), que passa a centralizar as decisões sobre o uso da água no país, fez seu primeiro encontro nesta 5ª feira (1º/7), com a participação dos ministros de minas e energia, meio ambiente, e desenvolvimento regional, além de representantes da Casa Civil e dos ministérios da economia e agricultura. “O objetivo foi nivelar o conhecimento de todos os participantes sobre as condições de fornecimento de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN) e as medidas mitigadoras em andamento”, informou o MME em nota. Canal Energia e Valor repercutiram essa notícia.
Do lado dos grandes consumidores, um grupo de associações empresariais encaminhou ofício ao governo federal pedindo o retorno do horário de verão. Segundo o texto, escrito por representantes dos setores de entretenimento, gastronomia e lazer, o horário estendido favorece os negócios e garante economia de energia elétrica, o que é importante no contexto da crise atual. O G1 destacou o ofício. Já a CNN Brasil ouviu especialistas sobre a proposta, que concordaram que a volta do horário de verão pode ajudar a evitar um colapso energético, ainda que, na prática, ele não resulte em grande economia de eletricidade.
Em tempo: O BNDES assinou contrato com o consórcio Angra Eurobras NES, vencedor da concorrência para retomada e conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3. O consórcio é liderado pelo grupo Tractebel, junto com a empresa espanhola Empresarios Agrupados. O governo federal quer finalizar a instalação da usina até 2026 e espera que ela forneça mais de 10 milhões de megawatts/hora (MWh) por ano ao Brasil. Canal Energia, Reuters e Valor deram mais informações.
Fonte: ClimaInfo
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