O presidente dos EUA, Joe Biden, formalizou na última 6ª feira (26/3) o convite para 40 líderes mundiais – entre eles Bolsonaro – para participar da cúpula climática que acontecerá nos dias 22 e 23 de abril.
Em nota oficial, a Casa Branca ressaltou que o principal objetivo do governo norte-americano é que o encontro sirva como um marco em prol da ambição dos países no enfrentamento à mudança do clima antes da Conferência de Glasgow (COP26), programada para novembro deste ano no Reino Unido. Biden confirmou também que a nova contribuição nacionalmente determinada (NDC) dos EUA para o Acordo de Paris será divulgada durante a reunião, como um incentivo para que outros países também apresentem compromissos mais ambiciosos nos próximos meses.
Além de Bolsonaro, estão na lista de convidados Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia), Ursula von der Leyen (União Europeia), Angela Merkel (Alemanha), Emmanuel Macron (França), entre outros. Da América Latina, também foram convidados Alberto Fernández (Argentina), Andrés Manuel Obrador (México), Iván Duque (Colômbia) e Sebastián Piñera (Chile).
O convite a Bolsonaro faz parte de um movimento internacional que visa pressionar o governo brasileiro a mudar a direção de sua política ambiental e reverter o desmonte institucional e a destruição florestal. Como explicou Daniela Chiaretti no Valor, um dos focos dos EUA em sua estratégia bilateral com o Brasil é ressaltar a cooperação como caminho para que o país retome o combate ao desmatamento e aos crimes ambientais.
Uma das possibilidades de ação está no lado financeiro, com a oferta de recursos internacionais para ajudar o governo brasileiro nesse esforço e, ao mesmo tempo, cobrá-lo mais duramente por eventual falta de ação. Nesse sentido, EUA e Europa têm pressionado o Brasil para apresentar um plano concreto de combate ao desmatamento. Pelo Brasil, Salles é quem lidera o diálogo com os EUA, para quem ele tenta empurrar um de seus discursos mais surrados – de que o Brasil merece receber recursos via mercado de carbono.
O convite de Biden a Bolsonaro foi repercutido no Brasil por Folha, O Globo e Valor. Os Associated Press, Financial Times, Guardian, Reuters e Wall Street Journal destacaram a lista de convidados internacionais da cúpula climática de Biden.
Fonte: ClimaInfo
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