O Painel Científico para a Amazônia (SPA) apresentou nesta 3ª feira (21/9) o resumo executivo de seu relatório sobre o estado da arte da ciência ambiental relativo à maior floresta tropical do mundo. Fruto de um esforço de mais de 200 cientistas, o documento traz também alertas e recomendações de ação para o Brasil proteger esse patrimônio natural. O relatório será apresentado na íntegra durante a próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP26), em novembro. Cleide Carvalho deu mais detalhes n’O Globo.
Uma das conclusões do documento é que a Amazônia está se aproximando rápida e perigosamente de um ponto de não-retorno. Para evitar o pior, o poder público no Brasil precisa decretar uma moratória imediata do desmatamento, legal ou ilegal. A maior parte do desmatamento amazônico aconteceu no Brasil, país que perdeu 451.237 km2 de floresta até o ano passado. De acordo com o relatório, cerca de 17% da área da floresta se converteu em lavoura ou pasto e outros 17% foram degradados.
O relatório destaca também o impacto potencial da destruição florestal da Amazônia sobre o clima global: a bacia do Amazonas serve como um sistema de “resfriamento” no interior do continente sul-americano, permitindo temperaturas mais amenas e chuvas no centro-sul do Brasil, além do Paraguai, Uruguai e Argentina. A região é responsável pela maior descarga fluvial da Terra, com 16%-22% do total de rios que chegam aos oceanos no mundo.
Em tempo: Em uma ação de ativistas ambientais e indígenas, um jatobá de mais de seis metros de altura viajou da Amazônia até a embaixada da Noruega em Brasília para “pedir refúgio” por conta da devastação da floresta. “Esse pedido de refúgio pode parecer estranho ao homem branco que vive apartado do mundo natural e se considera acima das árvores, mas a ancestralidade sempre ensinou que o sentido da vida é o coletivo”, declarou Sonia Guajajara, coordenadora-executiva da APIB, em ato realizado na frente do escritório diplomático norueguês na capital federal. “Esse pedido é um clamor pela vida de todas as espécies ameaçadas por uma visão corrompida e ultrapassada de convívio com a natureza”. Os representantes noruegueses aceitaram o pedido e acolheram o jatobá na embaixada. Folha, G1 e Metrópoles repercutiram a ação.
Fonte: ClimaInfo
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