“Quando vamos começar a unir esforços respeitando as demais visões sobre o que é melhor para a Amazônia e as suas sociedades locais? Ainda estamos longe do Fim da História e precisamos construir uma mudança que saia da repetição diária que enfrentamos por aqui. Chega de rodovias pelas rodovias ou de garimpos pelos garimpos. Chega de chamar estrangeiros para nos dizer o que fazer, pois eles só defenderão seus próprios interesses. Já é o momento de aprendermos algo com a história e agir.”
Augusto Cesar Barreto Rocha
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Estamos na Amazônia presos em uma capsula do tempo. De acordo com Yuval Harari, entender a história é entender mudanças. Aqui não temos mudanças. Ficamos girando em círculos, chamando o atraso de vanguarda e vice-versa. A cada dia que passa as discussões giram em círculo nos mesmos temas: garimpo, estrada, floresta, indígenas e meio ambiente. Não há mudanças. Não há transcendências. Não existem junções de ideias para um progresso. Onde estão nossos progressistas? Temos apenas sectários reacionários.
Francis Fukuyama, seguindo Hegel, escreveu sobre o Fim da História. Acontece que este fim não nos interessa, pois não estamos em uma boa situação. Estamos presos, sem energia interna para transformação da realidade para uma dinâmica próspera. É como se a Serra Pelada habitasse em nós e fosse um alvo e não um atraso. É como se a Transamazônica fosse a esperança e não um erro. É como se as correntes favoráveis ao meio ambiente não tivessem forças para transcender a mera proteção, pois é muito esforço, mas ainda insuficiente para a transformação das sociedades locais. É como se as forças do desenvolvimento só pensassem na espoliação predatória, sem ter forças para transcender para a exploração responsável, ficando em uma eterna relação de império que estrangula a colônia.
Assim, seguimos na escravidão colonial, com maior presença estrangeira do que nacional, que tenta suplantar com um nacionalismo falso, marcado por um “Arenão”, como destacado na Revista Piauí. Ao invés de pedir para “parar o mundo”, lembrando o Raul Seixas, precisamos parar cada um de nossos mundos mentais para unirmos esforços em torno do nosso Mundo Amazônia, ao invés de nos voltarmos para acreditar que Afirmações Mentirosas são liberdade de expressão. Um parêntese: são carinhosamente batizadas de “fake news”, pois o termo em inglês dificulta a compreensão total de seu significado por quem não fala o outro idioma além do modo “intermediário”.
A Amazônia pode ser destruída? Certamente. Queremos isso? Claro que não. Todavia, fica a pergunta: quando vamos unir as duas correntes que possuem uma mínima sanidade e encontrar o desenvolvimento sustentável? Quando vamos começar a unir esforços respeitando as demais visões sobre o que é melhor para a Amazônia e as suas sociedades locais? Ainda estamos longe do Fim da História e precisamos construir uma mudança que saia da repetição diária que enfrentamos por aqui. Chega de rodovias pelas rodovias ou de garimpos pelos garimpos. Chega de chamar estrangeiros para nos dizer o que fazer, pois eles só defenderão seus próprios interesses. Já é o momento de aprendermos algo com a história e agir.
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