A conta impressiona – e preocupa. Marcelo Leite bateu os dados recentes do PRODES na calculadora para estimar a quantidade de árvores perdidas pela Amazônia entre agosto de 2020 e julho de 2021, quando a floresta registrou 13.235 km2 de vegetação derrubada. “A devastação de 2021, terceiro ano na conta de Bolsonaro, ceifou um total aproximado de 800 milhões de árvores, ou 3,75 por habitante”, escreveu na Folha. Mas a conta ainda pode ser maior: “É possível que, para cada quatro árvores derrubadas, outra morra no interior das áreas ainda com cobertura vegetal. Ou seja, 1 bilhão de árvores mortas só neste ano, 83,3 milhões por mês, 2,8 milhões por dia, 116 mil por hora, 2.000 por minuto, 32 por segundo”.
A taxa de desmatamento divulgada na semana passada pelo INPE foi a maior em 15 anos da série histórica e consolidou o patamar da destruição florestal sob o governo Bolsonaro – nos três primeiros anos de mandato, os índices anuais de devastação superaram a marca de 100 mil km2. Isso não é coincidência: a explosão do desmatamento na Amazônia está intimamente associada à omissão criminosa do governo Bolsonaro na fiscalização e no combate às ilegalidades ambientais.
No g1, Carolina Dantas trouxe dados do Observatório do Clima que mostram uma relação entre a alta no desmatamento e a queda no número de autuações: entre 2020 e 2021, o IBAMA lavrou 2.472 autos de infração, número 41% menor do que no período anual anterior e o menor da série histórica.
Outro levantamento, feito pelo IPAM, mostrou que as florestas públicas não destinadas concentraram 28% do desmatamento amazônico no último ano, com 3,7 mil km2 de destruição. Na relação das categorias fundiárias com maior desmatamento registrado pelo PRODES também estão os imóveis rurais (26%, ou 3.423,51 km2) e os assentamentos (23%, ou 3.045,96 km2). O g1 também deu destaque a estes dados.
O desleixo do governo Bolsonaro no tema é ainda mais sensível nas Terras Indígenas, alvos preferenciais de garimpeiros e grileiros impulsionados pelo discurso “liberou geral” do presidente e de seus aliados. De acordo com o g1, as três TIs mais prejudicadas pelo desmatamento no último ano foram a Apyterewa, com 68,5 km2 (alta de 8,1%); Trincheira Bacajá, com 35,7 km2 (+51,91%); e Kayapó, com 26,1 km2 (+58,18%).
“Jair Bolsonaro entregou um pacote completo de incentivos aos desmatadores”, escreveu Bruno Boghossian na Folha. “Além de estimular atividades que provocam a devastação ilegal, o presidente e seus auxiliares desmontaram estruturas de fiscalização, reduziram a aplicação de multas ambientais e, por fim, agiram para acobertar os crimes cometidos nas florestas”.
Fonte: ClimaInfo
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