“Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados de conquistá-la e mantê-la.”
Nelson Azevedo(*)
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“Embora sejam necessárias perguntas sobre como melhorar a resiliência de nossas cadeias de suprimentos e a fragilidade que vem com as redes de manufatura ‘just in time’, o protecionismo não é a resposta.”. Este é o posicionamento da consultora Shirly Wang, que representa o ponto de vista dos investimentos do setor que todas as empresas industriais do planeta amaldiçoou durante a pandemia. Ou seja, proteção fiscal, não! Substituição local de importações, muito menos! Pois bem, com toda nossa experiência de mais de quatro décadas no desafio de consolidar o Polo Industrial de Manaus, podemos dizer: proteção fiscal, sim e substituição de importações, com certeza. Caso contrário, em qualquer cenário adverso das relações globalizadas, ficaremos novamente a ver navios imaginários como os que esperamos inutilmente com a crise sanitária iniciada na China.
Benefícios suprimidos
A Zona Franca de Manaus foi criada para isso, substituir importações em contexto de contrapartida fiscal, embora os burocratas do Planalto, com intenções, muitas vezes, inconfessas, tudo fizeram para brecar a absorção da tecnologia. E foi justamente essa absorção tecnológica, muitas vezes movida por mtodologias alopradas, que fizeram da cadeia asiática de suprimentos e manufatura de produtos acabados, um mercado avassalador impossível de ser alcançado por qualquer tipo de concorrência.
Na primeira do plural
Podemos e devemos lutar por nossos direitos de iniciar, a partir do Polo Industrial de Manaus, a soerguer a indústria brasileira. Lições não nos faltaram nessa pandemia. Os EPIs asiáticos não chegaram. Vamos fazer EPIs, fazer e doar para os nossos heróis da linha de combate frente à Covid-19. E aí acabou o álcool em gel. Os fornecedores nacionais não estavam entregando. Então, fizemos e doamos álcool em gel, que atendeu Roraima e Acre. O mesmo se deu com os respiradores, um desafio enfrentado e vencido pelos curumins e cunhatãs, com seus talentos naturais. E aí descobrimos o verbo poder na primeira do plural. Se precisar, nós aprendemos que podemos encarar.
Usurpação sem fronteiras
Não podemos renunciar ao nosso portfólio e engenho. Jamais deveríamos ter aceitado o contingenciamento de nossas verbas de P&D&I para outros fins e interesses. Nada contra mandar os talentos do Brasil se qualificarem em universidades de renome internacional, no Rograma Ciência Sem Fronteiras. Mas não compete ao Polo Industrial de Manaus responder por essas despesas. Também não resolve chorar leite derramado, a não ser para aguçar nossos alertas contra a pilhagem com nossos jovens da Amazônia. Por isso, é hora de lutar pela qualificação técnica, de inovação tecnológica, pois já sabemos aonde queremos chegar.
Destravar nossa autonomia
A Suframa acaba de acolher um novo dirigente, o general-de-brigada Algacir Polsin, alguém que conhece a seriedade e a obstinação de quem aqui empreende, com essa infraestrutura precária e com pressões injustificadas em cima de uma contrapartida fiscal de 8%. Seja bem-vindo, superintendente Polsin. Conte conosco e saiba que estamos dispostos a colaborar no resgate da autonomia administrativa e financeira da Autarquia sob seu comando. Todo apoio será ofertado para fazer do Conselho de Administração da Suframa o lugar e o fórum das decisões que afetam a Amazônia Ocidental, mais o Estado do Amapá, assegurando plenas condições de resguardo à Lei maior do país, que ampara nosso direito de reduzir pra valer as inaceitáveis desigualdades regionais que constrangem nosso país. Vamos destravar nossos embaraços. Invocamos, a propósito, a profecia do glorioso general Rodrigo Octávio Jordão Ramos: “Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados de conquistá-la e mantê-la.
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