Você se lembra da compra daquele satélite de R$ 145 milhões que os militares queriam, mas que acabou não indo pra frente por cortes de despesas? Pois bem: a Piauí revelou que as decisões da Junta de Execução Orçamentária (JEO), responsável por garantir o equilíbrio das contas públicas da União, foram classificadas como “reservadas” pela Presidência da República. Foi por determinação da JEO que o ministério da defesa teve que suspender a operação, tida como a 1ª fase de um novo sistema de monitoramento espacial orçado preliminarmente em mais de R$ 575 milhões.
Como a revista destacou, com o acesso restrito ao texto da decisão, não podemos saber de maneira completa as circunstâncias que formalmente motivaram os militares a pleitear essa compra – algo central para dirimir preocupações justas de que as Forças Armadas estejam tentando esvaziar o INPE, órgão científico federal responsável pelo monitoramento da Amazônia, com décadas de experiência e expertise e ameaçado por ataques do Palácio do Planalto e cortes orçamentários substanciais.
Em tempo: Ao mesmo tempo em que o governo impõe sigilo sobre projetos financiados com dinheiro público, a Microsoft se uniu à ONG Imazon para criar uma ferramenta digital que permitirá analisar imagens via satélite da Amazônia por meio de inteligência artificial, facilitando assim a antecipação de alertas de queimadas e desmatamento na floresta. O sistema deverá estar disponível em meados de 2021, na próxima estação seca da região, e as informações geradas por ele serão disponibilizadas aos órgãos públicos, como insumo para ações de fiscalização. Lauro Jardim deu mais detalhes n’O Globo. Folha e Reuters também noticiaram.
Fonte: ClimaInfo
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