por Antônio Silva (*)
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“Se mais não fazemos é porque ainda não conseguimos que a riqueza aqui gerada seja integralmente aqui aplicada. Além dos fundos estaduais mencionados na última prestação de contas, temos verbas robustas para pesquisa, desenvolvimento e inovação das Indústrias de Informática.”
Voltamos a prestar contas ao contribuinte sobre o que as empresas do Polo Industrial de Manaus fazem com a contrapartida fiscal que dá suporte à economia do Amazonas. Nesta guerra que estamos vivendo contra um inimigo invisível, a Covid-19, é de extrema importância pontuarmos ações anônimas, também às vezes invisíveis, que nossas empresas estão propiciando – não apenas agora – mas ao longo da existência deste programa de desenvolvimento regional, que é o maior acerto fiscal de nossa história. Conhecido por três letrinhas polêmicas, ZFM, a Zona Franca de Manaus tem uma pergunta que não pode calar: que seria de todos nós se este Programa não existisse e se sua responsabilidade social fosse apenas uma intenção?
Planos de vida e saúde
Vamos tomar um fio dos diversos novelos, um benefício muito essencial e raramente divulgado. As empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus dão Plano de Saúde a todos os seus funcionários. Antes da recessão que tende a se reconfigurar em escalas maiores porcausa da pandemia, empregávamos 120 mil colaboradores. Ou seja, 120 mil vezes cinco, a média de pessoas por família, são 600 mil pessoas beneficiadas na área médica-hospitalar. Fomos pegos de surpresa com a ação devastadora do novo coronavírus, deixando, em poucos dias, o Sistema de Saúde em estado de calamidade pública. Imaginem se este volume de pessoas estivesse na dependência do Sistema Único de Saúde, o SUS. A tragédia seria absurdamente maior.
Geração de empregos
Imaginem, também, o número de empregos que esta ação pela Saúde viabiliza entre médicos, dentistas, enfermeiros, técnicos de saúde, laboratório, farmácia, hospitais, recepcionistas…etc.etc… Cada colaborador ou colaboradora, ademais, tem salário-creche, bônus de produtividade, participação no lucro das empresas, transporte de porta a porta, 4 refeições por turno, ginástica laboral, lazer, competições esportivas, entre outros benefícios que as fábricas oferecem. Toda esse cardápio de vantagens, é importante lembrar, implica em geração de empregos e oportunidades para muita gente. Segundo o IBGE 500 mil postos de trabalho pelo Brasil afora.
Clube de benefícios
Além disso, os colaboradores e seus familiares têm acesso aos inúmeros benefícios do Sistema S, SENAI, SESI, SesiSaúde, IEL… onde eles podem encontrar, a preços simbólicos, ou gratuitamente, todo um cardápio de serviços que incluem cursos com professores altamente preparados para gerar mão de obra especializada, desde panificação, gastronomia, mecânica, eletricidade, marcenaria, informática básica e avançada, robótica, entre tantos outros perfis profissionais para toda a família. Temos ainda mais de duas dezenas de especialidades para atendimento médico e odontológico no SesiSaúde, exames de imagem e de laboratório e outros mecanismos para a saúde integral de quem faz parte desta grande família, o Polo Industrial de Manaus. Há mais de cinco décadas.
Insistência da Suframa
Se mais não fazemos é porque ainda não conseguimos que a riqueza aqui gerada seja integralmente aqui aplicada. Além dos fundos estaduais mencionados na última prestação de contas, temos verbas robustas para pesquisa, desenvolvimento e inovação das Indústrias de Informática. Aos poucos, com muita insistência da Suframa, temos conseguido direcionar para projetos locais essa dinheirama. Recentemente, os recursos passaram a contemplar P&D&I voltados para a Covid-19, Laboratórios, Centros de Pesquisa, de quebra, agregação tecnológica de nossos produtos. Precisamos desses recursos para diversificar e adensar nossa indústria, para gerar mais empregos, de alto nível de importância e salarial, e mais oportunidades de novos negócios.
Talentos e expertises
E quais são os novos negócios que podem tirar os jovens da rua, da sedução do crime e ilusão das drogas? Ora, nesta pandemia, quando os mercados asiáticos deixaram de atender nossas demandas de EPIs e outras emergências de equipamentos, tivemos a satisfação de conhecer o talento de nossa juventude e as expertises de nossa indústria. Somos capazes, sim, de substituir os importados na indústria da Saúde, comprovadamente, integrar fortemente a cadeia global de suprimentos ou, pelo menos, atender as demandas do PIM e sua avançada malha Industrial instalada em Manaus. Temos talentos e precisamos ativá-los exponencialmente.
Inovação na vitrine
Está em nossas mãos essa virada. Esta pandemia nos ajudou a colocar na vitrine da inovação tecnológica as virtudes da ZFM. E agora, unidos entre nós, lado a lado com as entidades e as bancadas parlamentares da Amazônia , cabe fortalecer e prestigiar o Pró-Amazônia, que passa a ter um papel fundamental de catalisador de energias. Ou seja, capitanear um movimento Amazônia em defesa do reconhecimento e afirmação da ZFM numa nova política industrial do Brasil, desbloqueando os embargos de nosso crescimento e respectivo leque de benefícios locais e regionais, com o fortalecimento de nossas fábricas, diversificando, adensando e regionalizando a economia sustentável e inovadora, como sabemos e queremos continuar a fazer, no sumário de nossa responsabilidade social.
(*) Antônio é administrador, empresário e presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas
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