O presidente Jair Bolsonaro radicalizou seu discurso contra a vacina sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan de São Paulo em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech, a Coronavac, contra Covid-19. Ele afirmou que ela não será adquirida pelo governo federal nem no caso de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, a autorizar. “A da China nós não compraremos, é decisão minha”, afirmou o presidente em entrevista à rádio Jovem Pan. “Não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população. Tenho certeza que outras vacinas que estão em estudo poderão ser comprovadas cientificamente, não sei quando, pode durar anos. A China, lamentavelmente, já existe um descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido por lá.” (JovemPan)
É mais grave do que isso. O governo federal pode propositalmente estar dificultando os testes e a produção da vacina. O Butantan requereu autorização especial à Anvisa para importação imediata de matéria-prima da CoronaVac no Brasil. A agência ainda não liberou, sequer deliberou sobre o tema. “Normalmente esse tipo de pedido tramita muito rapidamente em dez dias”, afirma Dimas Covas, diretor do instituto. “Nós obtivemos uma resposta solicitando informações adicionais, portanto já quase 30 dias após o pedido inicial e uma previsão de que o assunto será deliberado agora no início de novembro.” A resposta só veio ontem. (G1)
Pois é… O desgaste ao qual o presidente submeteu o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, incomodou militares. Bolsonaro sabia que um protocolo de compra da vacina seria autorizado, voltou atrás quando os radicais das redes protestaram, e jogou a culpa no ministro. Pazuello é general da ativa e, nas Forças Armadas, conta Andréia Sadi, há desejo de que ele passe à reserva para evitar piora de imagem da instituição. (G1)
General Eduardo Pazuello, durante a live de quinta: “Senhores, é simples assim: um manda e o outro obedece. Mas a gente tem um carinho, entendeu? Dá para desenrolar, dá para desenrolar.” (G1)
Fonte: Meio
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