Cercado de celebridades do universo digital, o professor Augusto César Barreto Rocha, da Ufam, doutor em Engenharia dos Transportes, empresário e coordenador do Comitê de Logística do Cieam/Fieam, fez uma entusiasmada apresentação sob o tema ‘Implementação da Indústria 4.0, no 2º dia da II Feira do Polo Digital de Manaus, ocorrido nas instalações do Shopping Studio 5, de 15 a 17 de outubro.
Dedicado intensamente ao desafio da Quarta Revolução Industrial, a chamada indústria 4.0 – juntamente com o colega da Ufam, Sandro Breval, doutorado no assunto, recentemente, pela Universidade do Porto – eles criam espaço, debates e pistas para o futuro econômico do Estado. Sobre o evento e sua importância para a cidade, Augusto recebeu a Follow up para um bate-papo. Confira.
Follow-up- Qual sua avaliação sobre os prováveis reflexos da II Feira do Polo Digital de Manaus na academia e nos negócios da Indústria?
Augusto César Barreto Rocha – O evento foi tudo de bom. Considerar a natureza voluntária de maior parte da organização é muito importante. Um conjunto de pessoas capacitadas, unidas por um grande propósito e motivadas para ajudar a cidade só poderia ter este efeito. Os reflexos são de longo prazo principalmente por trazer uma nova forma de encarar as oportunidades. Juntar a cidade para preparar seu futuro é algo muito promissor.
FUP – A ausência de recursos humanos é um gargalo possível de enfrentar nos próximos anos? Que medidas poderiam ser tomadas para apressar o enfrentamento deste desafio?
ACBR – Não acredito nisso. A Feira demonstra o quanto temos de jovens e de potenciais brilhantes em grande quantidade. Tive a oportunidade de fazer uma apresentação e o debate estabelecido não deixou a desejar em nada se comparado com países desenvolvidos ou universidades de ponta. As medidas que precisam ser tomadas são vinculadas com a permissão para esta nova geração agir. Precisamos simplicidade para a atividade empreendedora. Criar oportunidades para estes jovens ocuparem seu merecido espaço no mercado.
FUP – Liberais desaconselham induzir negócios. Mercado sabe o que faz, segundo os cânones. Entretanto, as demandas digitais são vitais para viabilizar a Quarta Revolução Industrial, ou seja, é preciso induzir. O que lhe parece?
ACBR – Precisamos de espaço. Manaus está carente de iniciativas. O apoio das instituições públicas poderia ter sido maior, mas já existiu mais que na I edição. Este evento é uma conquista da cidade. A frase emblemática que li no grupo organizador foi: este evento foi por amor a Manaus. Precisamos mais disso. Quanto aos desafios da indústria 4.0 eles são de possível enfrentamento com atitudes simples. Esta foi a recomendação que fiz na minha apresentação sobre implementação da indústria 4.0, em um ambiente organizado pela ITriad que demonstrou como fazer com pessoas de Manaus e em casos de empresas nacionais e estrangeiras. Uma brincadeira que fiz na apresentação foi que a questão não é pensar fora da caixa (como diz o lugar comum). Também não é pensar dentro ou ao lado da caixa. A questão é como ganhar dinheiro e gerar mais resultado com “a caixa”. Outra questão é que liberais pregam liberdade. Não consigo ver tanta liberdade no nosso ambiente de negócios. Liberalidade sem liberdade é um modelo inexistente. Precisamos ajustar esta caminhada.
FUP – Como as entidades podem trabalhar na direção de estreitar demandas e ofertas de soluções inovadoras envolvendo a academia e as aceleradoras de startups?
ACBR – Estimulando a simplicidade das regras para implantação e operação destes negócios. Agilizando todo o processo. Precisamos de velocidade. A velocidade da internet. As entidades precisam dizer claramente isso para os governos e para a sociedade.
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