Quais os fundamentos históricos amazônicos que antecedem a realização do 1º Amas – Amazonian Management Symposium 2018, que se ocorrerá em Manaus, de 29 a 31 de agosto? Os pioneiros e empreendedores do Amazonas, aqueles que reergueram a economia da Amazônia com a quebra do Ciclo da Borracha, atraíram as atenções do Brasil através do grandioso projeto da USP – Pioneiros e Empreendedores, a Construção do Brasil no Século XXI –, e abrigaram em Manaus, em 2013, a Mostra Pioneiros e Empreendedores do Brasil, sob a coordenação do Prof. Jacques Marcovitch.
Samuel Benchimol, Isaac Sabbá, Antônio Simões, Petronio Augusto Pinheiro, Phellipe Daou, Natanael Xavier de Albuquerque, entre outros, trazem em suas trajetórias preciosas lições e intuições sobre como promover a gestão da Amazônia. São nossas maiores autoridades no assunto. Seu perfil do pioneirismo e empreendedorismo levou o Amazonas a consolidar uma vocação de economia permanentemente vinculado à ecologia. Um paradigma que se reproduz na planta de uma indústria sem chaminés instalada em Manaus há meio século que, ao abrir mão do modelo predatório, oferece um perfil extraordinário de serviços ambientais.
Seus valores de empreendedorismo e do pioneirismo se revelam na busca de soluções para os desafios estruturais da Amazônia. São astutos em atrelar o desenvolvimento a necessidade de elaborar entre os jovens competências críticas para identificar, implementar e avaliar soluções para os desafios dessa esfinge chamada Amazônia, que nos devora quando descuidamos de decifrar seus mistérios. Foram visionários na construção de parcerias duradouras com instituições dedicadas a formação de lideranças capazes de implementar soluções para os desafios estruturais da Amazônia.
Aproximando a lupa de investigação de suas contribuições, vamos identificar em seus valores do empreendedorismo e pioneirismo a realização de uma vida significativa pautada em projetos inovadores focados em resultados. E nesse contexto, o desenvolvimento de competências críticas incluem a inovação, a sustentabilidade e a governança quando almejam a inserção social, o respeito às diferenças e a consciência do coletivo. Suas trajetórias nos remetem à construção de parcerias duradouras que incluem os núcleos formadores de lideranças em instituições como o Senai, Senac, Sebrae, Sesi entre outros.
Os pioneiros, sua habilidade em promover a economia sem depredação da ecologia, atraíram a USP, chamando a atenção de seus estudiosos desde Aziz Ab Saber, Paulo Vanzolini, Crodowaldo Pavan, Chico de Oliveira, FHC…Atualmente, mais de 400 pesquisadores aqui se debruçam a estudar a região e a parceria entre nossas universidades estatuais sinaliza os avanços dessa integração. UEA e USP, no caudal da Mostra dos Pioneiros no Centro Cultural Palácio da Justiça, em 2013, formularam parcerias em novas dimensões, com destaque para o Dinter em Gestão da Amazônia, onde está inserida a I Amas.
Cabe registrar um momento determinante que encerrou a referida Mostra, na presença de dois Pioneiros remanescentes do II Ciclo da Borracha, Moysés Israel e Mario Guerreiro, seus descendentes e condutores do bastão das empresas. Na ocasião, com 35 instituições de ensino, pesquisa, fomento, empresas e organismos de gestão do desenvolvimento, formularam propostas e projetos de Gestão das dos desafios e oportunidades da Amazônia, que foram oferecidos aos doutorandos desta parceria pioneira e extremamente promissora entre Amazonas e São Paulo.
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