Sem sombra de dúvidas, a perspectiva de redução da máquina pública enche de muito contentamento o setor produtivo, acostumado a arcar com uma cangalha tributária absurda sem a contrapartida dos serviços públicos de qualidade. No caso do Amazonas, onde as empresas veem o poder público federal sequestrar mais de 50% da riqueza produzida para outros fins, bem distintos daqueles previstos pela Carta Magna quando autoriza renúncia fiscal, reduzir a máquina da gastança é só alegria. O Estado precisa arrecadar menos para gastar menos. E, além disso, precisa intensificar a concorrência livre entre as empresas para que o consumidor saia lucrando.
Isso não é privilégio da União Federal. No âmbito do Estado, um volume de R$ 1,5 bilhão por ano tem sido usado para sustentar essa máquina. E o que é mais absurdo: a máquina, além de pesada e perdulária, é absolutamente cruel. Basta ouvir as queixas de quem investe em beneficiamento de produtos naturais, manejo florestal, ou qualquer atividade que implique em produção com insumos regionais. Quem anunciar que vai reduzir a burocracia perversa vai ganhar estátua em praça pública.
Doutorado em Chicago
O empresário Jaime Benchimol, pós-graduado em economia justamente na Universidade de Chicago, acredita que, para as nossas empresas, podemos destacar – como impactos positivos dessa nova postura do governo federal – um melhor ambiente de negócios, menos burocracia federal, maior acesso ao crédito decorrente de desregulamentação do setor financeiro, menos custos, menos obrigações, mais velocidade para decidir.
Hoje, para uma empresa começar a produzir, ela precisa ir a Brasília com seus técnicos para rogar a um Grupo de Trabalho (GT-PPB) permissão para poder começar a produzir. Ou seja, para eles liberarem o processo produtivo básico a ser cumprido na ótica dos burocratas. Se estes técnicos, comumente oriundos do Sudeste do país, entenderem que o projeto pode prejudicar uma fabriqueta do interior de Santo Antônio da Alegria, ele vai promover um embargo de gaveta para não “comprometer a Indústria nacional”. Temos caso de empresas que aguardaram cinco anos de enrolação para ter seu produto autorizado. Tenha santa paciência.
Competição
No governo liberal existem alguns conceitos bem claros e imutáveis. Quem pilota os fatos é a economia positiva, com estudos empíricos e uso de estatísticas, dando menor ênfase à teoria econômica e maior importância à análise estatística de dados. O empresário amazonense reconhece que menos barreiras de entrada em novos negócios em geral traz impacto de mais competição e nos colocará em um ambiente ao qual poucos estamos acostumados: com certeza haverá mais concorrência de empresas nacionais e estrangeiras. Empresas com baixa eficiência e pouco foco terão dificuldade nesse novo ambiente de competição mais acirrada e aberta. “Restará buscar maior eficiência operacional, reduzir custos, reduzir preços, promover a modernização, produtividade e rever o posicionamento estratégico colocando o consumidor no centro de atenção das nossas organizações”.
Gestão ambiental
Nesta segunda-feira, 03 de dezembro, a USP vai sediar o XX Engema – Encontro Internacional sobre Gestão Ambiental e Meio Ambiente, sob o tema, ‘Da Rio 92 a Agenda 2030’ , com a presença de empresários, acadêmicos e gestores públicos e privados, incluindo doutorandos do Dinter (Doutoramento Interinstitucional de Administração USP UEA), uma parceria que conta com o apoio do Cieam. Teremos ainda a presença de dois ex-comandantes do CMA, Comando Militar da Amazônia. Entre os temas, estão “Meio Ambiente e Desenvolvimento: Marcos e Métricas” – Convenções da Biodiversidade e do Clima: princípios, marcos e métricas, O Acordo de Paris e a Contribuição Nacionalmente Determinada/Brasil (CND) e Os desafios para alcançar as metas da CND/Brasil e ações decorrentes.
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