Na última reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Estratégico e Sustentável de Manaus – Codese, no Auditório do Sesi/Senai, seu presidente, o empresário Antônio Azevedo, enfatizou três aspectos que permeiam as linhas de ação do Conselho neste momento: geração de emprego, enfoque especial da qualificação dos recursos humanos – educação – e a utilização sustentável dos recursos naturais da Amazônia.
Nossa matriz econômica já está escrita nas estrelas, nos corações e mentes dos empreendedores e investidores e das políticas públicas, onde ainda precisam de detalhamento e fortalecimento de propósitos e investimentos. Dessa vez, o Conselho traz a figura de Maurício Pinheiro Fleury Curado para apresentar ‘Brasil 2035 – Cenários para o Desenvolvimento’, um trabalho do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas) sob sua coordenação.
“Que caminho o Brasil poderá trilhar até 2035 para que tenhamos um país desenvolvido, com uma sociedade mais livre, justa e solidária em 2100?” Essa foi a pergunta, segundo o professor Curado, que orientou a condução do Projeto Brasil 2035, e que teve como objetivo principal construir cenários para o Brasil que servissem de subsídio para o debate e a formulação de estratégias de longo prazo para o país, tendo 2035 como horizonte temporal.
Prioridades para o futuro
O trabalho já tem dois anos, mas as questões são antigas e sempre novas. “O que aconteceria se mudássemos o sistema presidencialista no Brasil? Que saltos poderíamos dar com a ajuda das tecnologias de informação e comunicação? O que seria necessário? A bioeconomia será a nova fronteira para a competência agrícola brasileira? É possível reverter problemas como segurança pública, qualidade da educação, altas taxas de juros e um sistema tributário e legal que penaliza o processo produtivo?”
Quando seremos capazes de superar a fragmentação da sociedade brasileira, entre outras questões levantadas, analisadas e debatidas durante o debate sobre o Projeto Brasil 2035. No livro, distribuído generosamente, e disponível na web, e por meio das estórias contadas nos cenários fictícios de “Vai levando”, “Crescer é o lema”. Estes são dois dos quatro eixos da publicação: Construção; Vai levando; Novo pacto social e Crescer é o lema. Para nós, do Amazonas, se faz presente um Novo pacto social e Construção.
Além de Manaus, a cidade que queremos daqui a duas décadas, pelo menos, as questões se remetem ao Amazonas e suas relações com os Estados Amazônicos, com quem essa parceria institucional exige mobilização. O debate em relação ao futuro nos empurra a refletir sobre a necessidade de se pensar o longo prazo e fazer escolhas. A presença do Ipea e um de seus mais habilitados consultores nos convida a promover, em clima de renovação das representações políticas, um debate sobre quais são essas escolhas prioritárias.
Novo pacto social
Esses são os eixos, conduzidos numa linguagem direta, plena de imagens de uma narrativa que conta estórias para construir a nova História de que precisamos para entender e achar o fio da meada neste momento de transição, extremamente turbulento e incerto. “Alguns o chamam de sociedade da informação ou do conhecimento; outros apontam para uma quarta revolução industrial”.
O fato é que olhamos em torno nesta realidade de uma economia incentivado e incompreendida em seus acertos, que descortina a falta de governança federal, a presença desarticulada dos órgãos federais na Amazônia e no Amazonas, sem compreensão das relações estabelecidas entre o setor produtivo e o poder público constituído. Um poder que gasta muito e gasta mal, prefere sustentar serviços públicos de qualidade sofrível a investir os recursos para empreender na direção de novas modulações econômicas. Isso sem falar na falta de transparência e partilha nas discussões das prioridades da aplicação de recursos públicos.
Transformações
Por outro lado, os avanços científicos e tecnológicos têm possibilitado maior longevidade e melhor qualidade de vida para muitos, em um mundo mais conectado e com um fluxo informacional nunca antes observado. O acesso à informação para geração de novos conhecimentos nunca foi tão intenso, o que alimenta um fluxo de inovação permanente. Novos materiais com base em nano e biotecnologia, novas fontes de energia, a internet das coisas, a inteligência artificial e ampliada, e as viagens interplanetárias sinalizam um novo mundo.
O grande desafio é ampliar esses avanços a fim de tornar o mundo um melhor lugar para o maior número possível de pessoas.
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected]
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