Resgatamos, hoje, parte do robusto documento ‘Agenda da Indústria do Amazonas’, elaborado pelo Observatório da ZFM em Brasília, coordenado pelo engenheiro Saleh Hamdeh, representantes das entidades empresarias da Indústria em BSB. A iniciativa visava mobilizar a bancada federal do Amazonas, buscando insistir em sua atuação mais próxima e integrada, num ensaio preliminar de defesa da ZFM à vista dos próximos 50 anos, e mostrar a necessidade de unir a bancada da Amazônia Ocidental, interlocução com a Amazônia Legal e Continental, gradativamente, em torno de demandas comuns, sobretudo na área de diversificação econômica, proteção ambiental, combinada com atividades produtivas de baixo carbono, infraestrutura de transporte, comunicação e energia, entre outros desafios.
Promover o debate da Agenda da Indústria num contexto amazônico, seu fortalecimento, diversificação e urgência da regionalização de seus benefícios implica em duas premissas: sua contribuição para redução das desigualdades regionais e o protagonismo de seu papel na conquista da necessária infraestrutura. Adicionalmente, com essa Agenda e outras tentativas de mobilizar a bancada federal, queremos insistir no compromisso da união pela ZFM e pelo Amazonas – nossa base e referência – para fortalecer sua presença no âmbito regional, para uma interação mais produtiva e proativa na afirmação da Amazônia, seu poder, potencialidades e valorização no contexto global.
PPB e mobilização
Entre as novas metas para atualizar a Agenda, datada de 2015, temos o desafio da formulação de PPBs indutivos, que possam ganhar justificativa legal e segurança jurídica própria, para atrair novos investidores tão logo tenhamos uma definição política e institucional no Estado e a sinalização clara de que a bancada parlamentar se dispõe a deixar de lado as diferenças e dissensões particulares para defender o interesse público em torno de sua base econômica.
Com este novo formato, a indústria pode retomar sua batalha para reconstruir o arcabouço legal, estrutural e integrado da Zona Franca de Manaus. Essa articulação política, como insiste o teor da Agenda, ganhou nova vitalidade com a conquista do Conselho de Administração da Suframa, expressa na Resolução n° 1, de 26 de fevereiro de 2016, que dispõe sobre os critérios de reconhecimento da predominância e da preponderância das matérias-primas de origem regional para efeitos de fruição de isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nas Áreas de Livre Comércio (ALCs) localizadas nos municípios de Boa Vista e Bonfim, no Estado de Roraima; Tabatinga, no Estado do Amazonas; Guajará-Mirim, no Estado de Rondônia; Macapá e Santana, no Estado do Amapá; e Brasiléia, com extensão para Epitaciolândia e Cruzeiro do Sul, no Estado do Acre. Essa conquista fez com que as representações regionais voltassem a frequentar o CAS, com uma presença capaz de mobilizar a bancada regional em torno de novas demandas e desafios.
O dirigível de Bertolini
Um sonho realizado e a certeza de que iremos a lugar algum sem priorizar ciência e tecnologia. A manhã do dia 24 de julho ficará marcada na história da cidade de São Carlos, da celebração de esperança para um novo modal na logística de transporte amazônico. Neste dia foi lançado oficialmente o dirigível ADB-3-X01 da Airship do Brasil Indústria e Serviços Aéreos Especializados LTDA – ADB, o primeiro dirigível construído na América Latina, na capital brasileira da inovação tecnológica, São Carlos.
O evento, presidido por Irani Bertolini, do Grupo Bertolini, acolheu empresários de todo o Brasil. A façanha da Airship do Brasil, empresa do grupo, é uma conquista de uma equipe formada por 56 técnicos, formandos nas instituições da cidade, USP, Ufscar, Embrapa Instrumentação, com a ajuda de profissionais especializados dos EUA, Canadá, Alemanha e Inglaterra. Bertolini, contou que: “… esse sonho começou em 1993, hoje estamos aqui inaugurando o primeiro dirigível fabricado na América Latina, que fará diferença no transporte de carga, principalmente na Amazônia”.
O ADB-3-X01 estará disponível para venda no mercado em meados de 2018 e custará cerca de 3 milhões de dólares. Já a versão para 30 toneladas deve sair por 12 milhões de dólares. O dirigível ADB-3-X01 é uma aeronave com capacidade para 1,2 toneladas, 5 passageiros e muita tecnologia embarcada. Sua construção representa uma fase intermediária do cargueiro ADB-3-30, que transportará até 30 toneladas. O ADB-3-X01 é uma conquista para o Brasil e para a história do “mais leve que o ar”. Apresenta grande vocação para a Defesa, Logística, Publicidade e Múltiplas Funções.
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected] |
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